Uma velhinha declaração de voto do PS (de 07-08-2007) a propósito da nomeação dos órgãos
de gestão da SGU diz muito sobre a superioridade moral do Araújo, para usar o
título do livro de Álvaro Cunhal “A superioridade moral dos comunistas”. Vem a
propósito, já que quando estava na oposição o Babita, eram um comunista cheio
de bons princípios.
Dizia a declaração de voto vereador Álvaro Araújo, lida com
aquele ar de homilia que tanto o caracteriza, na reunião do executivo da CM; de
VRSA de 7 de setembro de 2007:
A nomeação dos membros do Conselho de Administração da SGU
confirmava “as suspeitas que havia aquando da aprovação destas Empresas Municipais,
de que os critérios para a escolha deste elemento para o Conselho de
Administração parecem ter sido o interesse político partidário, os interesses
pessoais e o pagamento de favores”.
Pois é, o Araújo achava que a aprovação das empresas municipais
visavam “o interesse partidário, os interesses pessoais e o pagamento de
favores”. E o que dizer quando o Araújo em vez de encerrar definitivamente a
VRSA SGU, certamente concordamos com ele, quando passava a imagem de político
sério, parafraseando a sua declaração de votos também poderemos dizer que com a
recriação da SUG ele visará o interesse partidário, os interesses pessoais e o
pagamento de favores. Concordas Araújo?
Já que a declaração de voto do Araújo dizia respeito à
nomeação de um administrador, vejamos, então, quais são os responsáveis da SGU
que ele já nomeou:
Presidente da VRSA SGU : Ernesto Nobre Ramos
Cunhado do Araújo Rui Setúbal que durante muito tempo foi o
informador deste dentro da CM. Pertence ao PS local.
Vice-presidente da VRSA SGU: José João Gonçalves
Homem da confiança pessoal do Araújo, funcionário do IEFP
que veio com ele para a CM.
Secretário da VRSA SGU: Miguel Jorge Baltazar Vicente:
Ex-empregado bancário que estava no desemprego, tendo
entrado para a CM pela mão do seu amigo Babita. Ficou conhecido pela forma como
terá gerido os dinheiros de uma madrinha. É questionável a sua idoneidade para
gerir uma empresa do Estado.
Liquidatário da VRSA SGU: Rui João Gutierres Setúbal:
É o verdadeiro presidente na sombra da CM e da seção local
do PS, onde conta com aquilo que politicamente não passarão de suas marionetas.
Já terá recebido na CM muito mais do que o necessário para
pagar as dívidas ao fisco, já que desde o primeiro dia é assessor para tudo e
mais alguma coisa. Não tem hábil.
E na mesma declaração de voto o impoluto Araújo
acrescentava?
“Foram esquecidos tantos jovens licenciados Vilarrealense
-gestores, juristas e economistas com qualidade e competência, que viriam dar
um sinal de seriedade e credibilidade a todo este processo”.
O quê? Nesse tempo o nosso Araújo defendia que em vez de
amigos, familiares e camaradas deviam ser escolhidos “economistas com qualidade
e competências”, porque com essas escolhas se daria “um sinal de seriedade e credibilidade?
Vejamos então os sinais de seriedade e de credibilidade que
o Araújo nos deu:
Meteu o neto “inútil” do neto do Asdrúbal com assessor do vereador
financeiro, para agradecer os favores políticos do avô militante do PS e
apoiante do Araújo. Que habilitações académicas tem o rapaz? Que experiência
profissional tinha? Quantos jovens vila-realenses terão mais competências do
que ele? Diríamos que quase todos.
Meteu a Célia Paz na Odiana, uma senhora que nunca conseguiu
um emprego estável, que o próprio Araújo dispensou no PSD. E como correu o
concurso? Dizem as más línguas que tiveram de aumentar as vagas para a poderem
meter.
E o que dizer de dois assessores do Babita, um deles escolhido
para secretário da VRSA SGU? Dois rapazes que dizem ter sido dispensados dos
bancos onde trabalhavam.
Quantos vila-realenses independentes, jovens qualificados e
capazes de VRSA foram contratados pela CM? Nenhum. Pior ainda, alguns dos que o
Araújo contratou pensando que estavam na mão por relações pessoais, familiares
ou partidárias tiveram a dignidade de o mandar à bardamerda.
Poderíamos continuar a lista com o marido da mandatária da
juventude, com o filho do motorista Ferramacho, com a cunhada e o cunhado e
muitos outros.
Mas, nessa declaração de voto o Araújo estava verdadeiramente
empolgado e rematou:
“Estas trocas e baldrocas, este constante remendar da mal
feito, vem espelhar a ilegalidade, a confusão, a obscuridade e a
irresponsabilidade em que está envolta a constituição destas Empresas
Municipais”.
Tens toda a razão Araújo, aquilo que tens feito é mesmo “trocas
e baldrocas, remendos malcozidos, ilegalidade, confusão, obscuridade e
irresponsabilidade”.
Enfim, como costuma dizer o povo na sua sabedoria popular, faz o que eu digo, não faças o que eu faço.