Hoje Monte Gordo comemora a sua elevação a vila e deveria
ser uma data de festa, de celebração do progresso. Nem seriam necessários
muitos recursos pois a sua beleza natural, as suas tradições religiosas, as
suas dunas e o pinhal envolvente, a sua rica comunidade de pescadores e
mariscadores, a história da comunidade única formada pelos cuícos, seriam quase
suficientes.
Bastaria gente dedicada e competente, empenhada no seu
progresso e defensora das suas populações e algum dinheiro, para que facilmente
Monte Gordo assumisse o estatuto de vila turística de excelência. Mas os sonhos
estão cada vez mais longe, longe vão os tempos do esplendor simbolizado pela construção
do Hotel Vasco da Gama, quando era comparada à vila de Cascais.
Mas em vez da realização dos sonhos de todos vivemos tempos
de penumbra, de incompetência, de oportunismo, de arrogância, de narcisismo,
que estão transformando a Vila de Monte Gordo numa capital da mini, do turismo
xunga, porque para um autarca tão incompetente quanto ambicioso apenas contam
os votos fáceis. EM vez de construir destrói.
Voltaram os tempos em que alguns consideravam os cuícos como
gente menos recomendável, voltámos a ouvir expressões xenófobas e doentias e, lamentavelmente,
vemos um autarca que se julga uma grande coisa, dirigindo-se a uma cuíca de
forma indigna, miserável e desprezível.
O que é feito de tantas promessas eleitorais? EM vez de
cumprirem as promessas têm votado Monte Gordo, lembrando-se desta vila apenas
para atribuírem licenças aos amigos. A vila está votada ao abandono, as cheias
repetem-se, o passadiço está ao abandono e sem iluminação, nada se investe e
não há uma estratégia de promoção e desenvolvimento.
Monte Gordo serve apenas para financiar as festarolas, as
viagens e as fotografias do Araújo, nem um tostão das receitas que gera em
taxas turísticas e IMI é investido na terra, todo esse dinheiro vai para as
festas, as viagens e os empregos dos familiares, amigos, apoiantes, bandeados e
lambe cus de um executivo autárquico incompetente.