A PANTOMINICE



Em maior ou menor grau os políticos tentam melhorar a sua imagem, procuram esconder os seus defeitos e realçar as qualidades. Mas, acabamos por os conhecer. O António Costa é o António Costa, o Ventura é o Ventura, o Montenegro é o Montenegro.

Sabemos se são simpáticos, conhecemos o seu tipo de discurso, percebemos se são mais ou menos inteligentes, percebemos se são mais ou menos simpáticos. Porque nenhum dele procura ser diferente reinventando-se, criando uma personagem que não existe, pensando que dessa forma conquistam mais simpatias. Por mais burro que um político seja, tem um mínimo de inteligência para perceber que é difícil esconder-se atrás de uma falsa personagem, para dessa forma conseguirem os votos.

Mas VRSA tem um político muito original, o Álvaro de Araújo, um político que decidiu inventar o político perfeito, emprestando-lhe apenas a fotografia e alguns figurantes, reinventando tudo com a ajuda de fotografias, artigos e discursos escritos por terceiros.

Assim, o Araújo transformou o seu mandato autárquico num teatro de pantomina, numa pantominice protagonizada por pantomineiros, onde com o dinheiro do município promove-se uma campanha eleitoral em torno de um político irreal, que foi inventado, um político sem mácula, perfeito.

Ele declama poesia como se tivesse sido escrita a pensar nele, ele faz discursos combinados para vídeos, é o marido e pai perfeito, o empreendedor, o político que está rodeado de crianças que o adora, que faz obras todos os dias, um gestor financeiro da CM como nunca se viu.

Não sabemos o que vai na cabeça deste político ao pensar que num pequeno concelho consegue enganar os eleitores com esta pantominice, como se ninguém soubesse o professor de espanhol que era, que dizia que em castelhano, caneta se dizia cañeta, que graças Às cunhas do Luís Gomes se manteve num cargo público, que se sujeitava a ser guarda-redes para jogar na equipa do Luís Gomes.

Todos os que o conheciam no IEFP sabem quem é o Araújo, como sabem os da Mão Amiga e, agora, os da CM. Mas o Araújo está convencido de que com as suas fotografias encenadas pelo Lima inventa um político que não passa de uma ficção, que é uma invenção digna de uma loja chinesa de tarecos.


Qual é o verdadeiro Araújo. é o do pacote de Nestum, quando não era candidato ou o Araújo inventado pelo Lima, que aparece sempre a exibior o telemóvel, como se fosse símbolo de distinção?