Quem visita o site da CM não pode deixar de ficar admirado
com as grandes realizações da nossa São, a última das quais foi a revisão com
acordo com o FAM. A notícia escrita na CM faz sucessivas citações a supostas
declarações da presidente e o autoelogio é tanto que até ficamos admirados como
é que ainda não a contrataram para presidente do Novo Banco.
“«Este é o resultado de três anos de trabalho intenso que
recuperaram a credibilidade da Câmara Municipal, deixando-a económica e
financeiramente organizada nos próximos anos, especialmente ao nível do
endividamento», prossegue a autarca.”
Isto é, a São chegou à CM e foram três anos de trabalho
intenso. O que ela se esquece de dizer é que a revisão do FAM não passou de uma
pedido feito quando se perdeu que o ano eleitoral de 2017 conduziu a CM à
insolvência. Foi esse o pereço da eleição da São, que já andava na autarquia a
esbanjar dinheiro há 12 anos.
O que a São não diz é que a revisão do PAM foi pedida em
início de 2017 e só agora foi conduzida e que se tornou uma inevitabilidade
quando as contas e dívidas da SGU passaram para a CM.
«Todo este processo representa um voto de confiança relativo
ao esforço deste executivo para equilibrar uma autarquia que se encontrava em
situação de rutura e que começa agora a estabilizar-se de forma inequívoca com
medidas estruturais», conclui Conceição Cabrita.
Mas o mais curioso é ver como a mesma São que devia ter sido
levada da tribunal quando acusou o primeiro-ministro António Costa de fazer
pressões sobre o FAM para prejudicar o concelho, vem agora dar graxa ao
governo. Nas declarações da autarca
recebeu um voto de confiança, mas o articulista oficial vai mais longe e diz que
a “ aprovação deste documento representa também uma prova de confiança da
tutela na gestão da Câmara Municipal que, ao longo dos últimos dois anos.”
Mas quem é a tutela do FAM? Pois é o ex-presidente da CM de Tavira que também
tem uma espécie de tutela sobre a candidatura de um tal Álvaro Araújo. Isto é,
ainda vamos ver o candidato do Rui Setúbal como vice-presidente da CM e o
próprio Rui Setúbal como assessor da presidente, talvez no lugar do Tiago.