O país vai ter uma quebra do PIB na ordem dos quase 10%, o aumento do desemprego no Algarve no passado mês de maio atingiu os 200% em relação ao mês homólogo do ano passado, a fronteira com Espanha esteve encerrada durante vários meses, quase toda a atividade económica do concelho esteve paralisada e depois do confinamento ficou aquém dos níveis do ano passado.

A situação de VRSA é grave, porventura é dos concelhos do país que mais sofrerá com as consequências económicas da pandemia. Hoje ninguém duvida de que o risco de uma segunda vaga da pandemia é quase um dado adquirido, o que significa que as perspetivas para o futuro são muito más. Este é o quadro da economia do nosso concelho, uma situação extremamente grave que não permite qualquer otimismo e que muito provavelmente se agravará.

Mas para a presidente da CM a realidade é outra, não pode assumir que ajudou a arruinar a CM, não pode dizer que a CM não tem dinheiro para acorrer a quem precisa, tem de recorrer à pantominice do sucesso, do concelho cheio de obras, da autarca competente, tem de criar uma realidade virtual para transformar um mandato autárquico marcado pela mentira, pela falta de transparência e pela incompetência numa pantominioce de sucesso.

Já alguém viu a presidente visitar os empresários que enfrentam a crise receando as consequências de uma crise sanitária e económica prolongada? Claro que não, a autarca não tem nada para lhes dar, pior ainda, nem sequer os alivia da mais pequena taxa municipal. Em vez de visitar os empresários da terra a autarca prefere promover os de fora, dando-lhes licenças para fazerem concorrência desleal. A troco das taxas de ocupação do espaço público ajuda a afundar ainda mais a economia local.

Alguém viu a presidente da CM levar o Presidente da República a visitar as lojas que desde Março que nada vendem, aos cafés que há quatro meses pagam taxas por esplanadas vazias, aos hoteleiros que têm os hotéis vazios? Não, o que vemos é a autarca a visitar vendedores ambulantes num calçadão vazio, acompanhada dos seus vereadores e da delegada de saúde que começa a parecer uma espécie de médica da câmara.

É preciso negar a realidade e levar esta pantominice até ao próximo ano, para assegurar que algumas famílias continuem a beneficiar dos escassos recursos financeiros da autarquia. Pouco importa uma terra desgraçada, ruas sujas e cheias de ervas, baratas e caca de cão por todo o lado, o que importa é que os eleitores acreditem nesta pantominivce.