A carreira de cantor cubano estava a correr mal, cantava
mal, a pronuncia denunciava-o, aos poucos foi-se apagando e com a pandemia de
covidis-19 o cantor arrumou as botas, ainda fez um lançamento mas não pegou. Os
tempos são difíceis, a música deixou de dar, o Sem Espinhas Natura esmoreceu
com as novas regras, a madrinha deixou de ser ministra.
De um dia para o outro a luta de vida ou de morte com a São
pelo lugar de conforto na CM começou, primeiro a luta ao nível da distrital,
onde os Cabritas eram olhados de, depois a disputa pela candidatura, o que
implicava lutar pela concelhia. Ainda há poucos dias sabíamos que a São tinha
ido a Cuba à nossa custa para ver o Luís receber a medalha e, pior do que isso,
o Cabritão foi calado online porque se soube que até o Tio Manuel dos Cabritas
tinha feito a viagem à nossa conta.
A luta era de vida ou de morte e enquanto a São se mantinha em
segredo o senhor da pedinça de charutos e medronho no Facebook fazia o trabalho
sujo, dava a cara à luta, isto depois de já ter dado a entender que a luta pela
autarquia tinha começado. Até já se sabia quem era o candidato a vice-presidente
o coitado do Luís Romão até já andava por aí em busca de lugar noutras
candidaturas.
Mas a São percebeu que estava perdida, que o seu desempenho
foi tão incompetente que perderia as eleições e isso seria um grande perigo. Se
tivesse a ter de enfrentar a justiça não teria ninguém para pagar as centenas
de milhares que já pagou ao Morais Sarmento ou os mais de 40 mil para defender
o Luís Gomes no Tribunal de Contas. E todos sabemos que a família já teve dias
de mais fartura.
O Luís ainda aceitava a São, não engoliria o mano, esse é
tóxico para qualquer candidatura, as ofensas a tudo e todos, as ameaças, as
pedinchas de charutos no Facebook, as almoçaradas nas mais diversas confrarias,
tornaram-no numa companhia inconveniente e o Luís Gomes não lhe perdoaria as
ofensas feitas no Facebook. Habitualmente era ele a assumir esta parte mais mal
cheirosa da política, mas desta vez parece ter-lhe corrido mal.
Agora diz que saiu pelo seu pé, que terá gritado “agarrem-me
senão vou-me embora!”, mas a verdade é que todos sabem-nos que foi o Luís Gomes
que correu com ele. O Luís Gomes tinha contas a ajustar e não falta por aí quem
receie vinganças, o pesadelo voltou e de um dia para o outro a São prostrou-se
de joelhos para salvar o lugar e até aceitou que o mano fosse dispensado.
A São percebeu que o Luís tinha razão, que estavam todos no
mesmo barco e que tudo o foi feito implicava os dois. A São sabe muito bem que
os arquivos da autarquia são explosivos, gastaram muito dinheiro de forma
duvidosa e não podem deixar ninguém aceder aos arquivos enquanto estes puderem
atear incêndios. Estão todos no mesmo barco, mas a não ser que a candidatura do
Araújo ajude o seu amigo Luís e o ajude a ganhar sem, maioria absoluta, ou vão todos juntos ao
fundo num barco que há muito que está a naufragar.