Ontem pelas 9h45 da manhã, num grande hipermercado as
prateleiras estavam cheias ainda que se notasse alguma falta nas das carnes, em
especial das carnes mais baratas, de porco e de frango. Havia de tudo com fartura ainda que se
sentisse alguma procura de latas de feijão. As únicas prateleiras vazias eram
as do … papel higiénico.
Nas caixas eram raras as pessoas que não traziam um ou dois
pacotes, como que não receando as bruxas mas convencidos de que las hay. Como é
que se pode entender que numa situação em que há um sério risco de algumas
localidades ficarem em isolamento, como tem sucedido noutros países, a maior preocupação
das pessoas seja ter uma quantidade enorme de papel higiénico? Alguém terá disso
que o COVID-19 mata por desidratação devida a diarreia ou que a contaminação se
processa por via anal e devido a utilização de outros tipos de papel?
Não é grave que açambarquem papel pois há fatura ou que transformem a arrecadação
em bombas de álcool porque o sabão azul é quanto basta. Mas estamos claramente
perante uma situação de estupidez e a verdade é que essa estupidez mata.
Quem acha que o importante é encher a casa de papel higiénico
sabe comportar-se nesta situação? Esperemos que sim.