1. Começa a ser mais ou menos evidente de que a epidemia do
COVID-19 vai chegar a muitos cantos do país e que a probabilidade disso suceder
depende da mobilidade das pessoas. Sendo VRSA um local de passagem é também
mais vulnerável à epidemia, os mesmos turistas que nos visitam para fazer
turismo ou compras aumentam a probabilidade de contaminação. O mesmo pode
suceder com a grande comunidade estrangeira residente, que viajando para os
seus países e regressando podem ser veículo do vírus.
2. A melhor resposta não é nem o populismo, nem falsos
planos de contingência feitos para inglês ver. A resposta está num grande rigor
de comportamentos a fim de evitar a propagação do vírus. Ninguém se pode
considerar imune ao ponto de partir do princípio de que não é portador ou que
os seus conhecidos também não o são. É uma obrigação cívica de todos evitarem
comportamentos que promovam a propagação do vídeo ou não ter os devidos
cuidados para não ser contaminado.
3. Não vale a pena recorrer a atoardas populistas que neste
caso são tão eficazes como mezinhas e bruxarias. Sabe-se como o vírus se
propaga, fá-lo através do contacto físico e do contacto próximo. Penetra no organismo
através dos pulmões, das mucosas (nariz e olhos) ou do sistema digestivo. Não
falar diretamente na cara dos nossos vizinhos, manter uma distância de segurança
e não ter contatos físicos com terceiro.
4. Além de evitarmos contaminar ou ser contaminados é
importante estarmos atentos aos sintomas, evitando o pânico. Sendo certo que
ainda estamos em época gripal e que os sintomas são semelhantes, devemos
recorrer ao sistema de saúde perante qualquer problema respiratório que se
manifeste sob a forma de tosse, febre ou perda da capacidade de oxigenação do
sangue. Se há o risco de o vírus poder ser contaminado antes da fase
sintomática, esse risco é total a partir da manifestação dos sintomas.
5. Tal como sucede a nível nacional a atuação das
autoridades nacionais não se pode limitar apenas à saúde, já que esta epidemia
pode ter graves consequências económicas e sociais. No caso particular de VRSA
há um sério risco de uma perda significativa das receitas do turismo e do
comércio ao longo de vários meses, estando já em causa a realização de eventos
públicos, a época da Páscoa e mesmo o verão.
6. Infelizmente a irresponsabilidade dos nossos autarcas
também expõe o concelho aos riscos de um aumento significativo dos juros da
dívida soberana e mesmo de uma crise financeira, como tem vindo a alertar a
Senhora Lagarde, diretora do FMI. A dívida do Município ao FAM paga juros
correspondente aos pagos pela dívida soberana portuguesa, majorados por uma
pequena percentagem que constitui receita daquele FAM. Isto é, se ocorrer uma
subida significativa dos juros sobem igualmente os juros da dívida da CM ao
FAM, podendo conduzir o Município a uma situação financeira ainda mais
dramática.
7. Pela sua localização geográfica, pela sua dependência das
receitas do comércio e do turismo que são deixadas pelos que nos visitam, pela
incapacidade do nosso Município para acorrer a situações difíceis, já que
depois de pagar os investimentos feitos no Morais Sarmento quase não tem
dinheiro para comprar gel de limpeza das mãos para os funcionários, e pela
exposição da sua dívida a um aumento dos juros da dívida soberana, é importante
que os nossos autarcas revelem ter um mínimo de competência, algo que nunca demonstraram
ter ao longo de 14 anos.
8. Neste quadro de emergência nenhuma entidade pode ignorar
a situação difícil do concelho. O governo deverá ser informado e tanto o
governo, através do Secretário de Estado da Descentralização e da Administração,
como o FAM que é tutelado por aquele secretário de Estado devem reconhecer que
para situações extraordinárias devem ser adotadas medidas extraordinária,
provendo o Município de recursos mínimo de que tal como é do conhecimento do
FAM, não dispõe. Esperemos que o secretário de Estado, que recentemente esteve
em VRSA para apoiar um candidato, perceba que é governante do país e não do
partido.