UMA ECONOMIA VULNERÁVEL






Vila Real de Santo António deverá ser um dos mais penalizados pelas consequências económicas resultantes da pandemia de COVID-19. A economia do concelho depende quase totalmente de dois setores da prestação de serviços, o comércio e o turismo, os dois setores mais penalizados pelas restrições impostas pelo combate à pandemia.

Para avaliarmos o impacto desta crise na economia do concelho temos de considerar as vagas sucessivas que vão abalar a economia do concelho: as medidas restritivas e o medo justificado de andar na rua, o encerramento da fronteira com Espanha, as perdas de rendimento em consequência da recessão inevitável.

De momento é difícil fazer previsões sobre o que vai suceder nos próximos meses, mas começa a ser muito provável que o próximo verão esteja perdido. Se o combate à pandemia em Portugal for mal sucedido tudo se agravará e dificilmente chegaremos a julho com uma situação que dê tranquilidade a quem quiser viajar. Se esse combate tiver sucesso isso significa que a pandemia arrastar-se-á no tempo, como têm vindo a explicar as autoridades.

Se olharmos para a experiência chinesa podemos concluir que o fim das restrições mais rigorosas ocorreu mais de três meses depois do início da pandemia. Se considerar-mos que o modelo europeu não vai tão longe nas restrições à circulação, teremos de admitir que ao fim de três meses e meios ainda estaremos longes de estar tranquilos , até porque  evolução país a ais ocorre deforma diversa. Daqui resulta que o pesadelo começará a passar em finais de junho. Isso significa que dificilmente serão feitas reservas  antes de julho.

Mas para além da pandemia importa ter em consideração a insegurança dos agentes económicos em relação ao futuro próximo e as grandes perdas de rendimento provocadas por uma quase paralisação prolongada da economia.  Com um grande risco de uma grave crise financeira poucos serão os que se sentirão confiantes na hora de consumir.

Quantas empresas do concelho conseguirão suportar quase dois anos praticamente sem receitas? A perda de rendimentos no concelho vai ser brutal e muitas empresas enfrentam um sério risco de insolvência, mesmo que as medidas adotadas pelo governo possa reduzir os danos. A prioridade deverá ser salvar empresas e os empregos que estas possam suportar.

É neste quadro que se espera que a autarquia complemente as medidas do Governo da República, tal como fazem outros concelhos. A prioridade deve ser apoiar os que perderam rendimentos e podem ficar abaixo de limiares mínimos de riqueza e salvar as empresas, permitindo-lhes que sobrevivam até que se registe uma melhoria das condições económicas.