Agora que a São Cabrita está em dificuldades porque enfrenta
as limitações resultantes das suas decisões do passado ou das decisões em que participou
ou que apoiou, começa a ouvir-se muito falar em unidade. A ideia faz algum
sentido e foi por isso que no início desta crise aqui se propôs que a CM envolvesse
vereadores da oposição, a quem a São, o mano e a sua maioria não só recusaram
pelouros como os têm ignorado ao longo de 14 anos.
Mas a mesma São que nunca deu qualquer importância ou
manifestou grande consideração por quem quer que seja da oposição, sejam
vereadores ou deputados municipais, chegando ao ponto de lhes dizer do alto da
sua habitual arrogância que tinha sabido ganhar as eleições, ignorou essa proposta
e em vez de chamar a oposição a participar e opinar sobre as suas decisões,
aproveitou-se da situação de crise para transformar aquilo que já era um modelo
autoritário num verdadeiro regime autocrático e sem qualquer democracia.
A São é um presidente de câmara sem qualquer controlo democrático
a partir do momento em que, com a desculpa do coronavírus e a colaboração dos
deputados municipais e vereadores da oposição, decidiu adiar (aparentemente sine
die) as reuniões da CM e da Assembleia Municipal. O mais incrível é que isto
foi decidido ainda quando nem sequer havia qualquer caso de contaminação
comunitária do coronavírus.
Compreende-se a estratégia da São, se as coisas correrem bem
devemos isso a ele que pediu à ECOAMBIENTE para lavar dois um três locais com
água e lixívia. Se as coisas correrem mal ela fez tudo o que lhe foi possível,
tendo estado sozinha na CM e sem o apoio de ninguém.
Há políticos que nunca perdem uma oportunidade para usar os acontecimentos
em seu favor, estamos vendo isso nos EUA com um presidente que não ousa lançar
o país numa catástrofe porque recreia que os resultados económicos de uma quarentena
lhe prejudiquem a reeleição ou que na hora de apoiar os Estados com os recursos
federais não hesita em dar tudo aos Estado que o apoiam. Não é difícil de
adivinhar que não tardará muito para que Trump apela à unidade.
Ainda o coronavírus estava em Portimão e já a São se tornava
numa autocrata que se desdobra em entrevistas e vídeos enquanto os vereadores e
deputados municipais optaram por se demitir, refugiando-se em casa. Enquanto
isso uns quantos funcionários trabalham, os padeiros amassam o pão, os
trabalhadores da ECOAMBIENTE recolhem o lixo. Enfim, parasse que o coronavírus
só ataca os políticos locais de VRSA.