ONDE ANDA AS MÃOS AMIGAS?





Há qualquer coisa de estranho na nossa terra, quando o concelho era apresentado como um caso de sucesso, onde os dias internacionais eram comemorados durante uma semana, com milhões a jorrar nas mais diversas iniciativas, ajudas para quem precisava e não precisava envelopes ao desbarato e mãos amigas cheias de favores na esquerda e boletins de voto na direita.

Mas agora que toda essa generosidade, todos esses empregos, todos esses envelopes fazem falta, sente-se silêncio, e ou estamos muito enganados ou algumas das nossas melhores almas estão escondidinhos nos seus gabinetes.

Mesmo que o malfadado vírus não se venha a instalar na nossa terra é certo de que vamos enfrentar a pior situação económica de que a nossa geração vai ter memória. Antes desta crise só mesmo a escassez durante a última Guerra Mundial, quando se cortava o rabo ás sardinhas como forma de evitar os roubos. Não tenhamos dúvidas, a probabilidade de vir a haver fome é muito grande e nãos era resultado da escassez, mas sim da falta de dinheiro.

Uma fome agravada pelo medo de sair e num tempo em que para se pescar um mujo com cheiro a óleo é necessária uma licença de pesca que dá para alimentar uma família durante um par de meses. E enquanto o malfadado vírus não desaparecer nem vale a pena ir procurar emprego porque cada pobre em busca de pão vai ser visto como um depósito ambulante de coronavírus. Nem sequer vale a pena pensar na emigração, a situação é geral e como é sabido as fronteiras estão fechadas.

Agoira sim que as nossas Mãos Amigas fazem falta a séria, já não se trata de ajudar o amigo Luís a quem devemos favores ou a São que tanto defendemos a ganharem votos para continuarem a destruir VRSA, agora é mesmo necessária ajuda, uma ajuda sob a forma de arroz, pão ou carne, corajosamente levada à porta de quem precisa.

Onde andam agora as Mãos Amigas, vá lá, organizem a ajuda de forma desinteressada, porque agora vai fazer mesmo falta.