Todos sabemos dos grandes sucessos da família Cabrita em
matérias de negócios imobiliários, o que não sabíamos era do jeito da São para
estes negócios. Para já e tanto quanto sabemos está metida num grande imbróglio
e corre mesmo um sério risco de vir a sofrer acusações na justiça, já que nisto
de negócios imobiliários é preciso ter algum cuidado com as artimanhas.
O último anel que a CM ainda tinha nos dedos é o terreno
sito em frente ao Hotel Vasco da Gama. Trata-se de um terreno que no passado
foi doado à CM pelos donos do hotel Vasco da Gama, para que aí fosse instalado
um parque infantil, destino que até hoje foi ignorado.
Já tinham sido lançadas por Luís Gomes várias hastas
públicas, mas ficaram todas desertas, entretanto a São voltou a colocar o terreno
em hasta pública e, como era de esperar, também ficou deserta. Se nenhum
candidato se “chegou à frente” não foi por causa do preço, já que a avaliação
corresponderia ao valor de mercado. O problema é que ao informarem-se melhor
sobre o terreno, os potenciais interessados ficavam a saber da existência de um
litígio e, naturalmente, ninguém está interessado em comprar um terreno e
depois ver-se metido num contencioso judicial e impedido de o utilizar.
O curioso é que falhada a hasta pública a São já tinha um
interessado numa adjudicação direta. Foi tiro e queda, a Assembleia Municipal
aprovou a adjudicação e tudo se resolveu num instante, o terreno foi vendido a
preço de saldo. Ao contrário do que constou a venda não foi à ESSE, mas sim a
outra empresa, a que nos referiremos noutro post.
O problema é que a São vendeu o que lhe pertencia e o que
não lhe pertencia, já que vendeu o que pertencia à CM e mais 560 metros
quadrados que pertenciam a outra entidade. E não foi por descuido ou
desconhecimento, numa reunião com o proprietário realizada em 8 de fevereiro
passado, em que para além do proprietário dos terrenos estavam presentes o
senhor António Palermo e a Dra Hélia, dos serviços jurídicos a autarca assumiu
sabeer da situação e até estabelecer um acordo verbal com o proprietário, nos
termos do qual vendia e pagava a parte que não pertencia à CM.
Foi uma reunião interessante, onde a presidente passou quase
todo o tempo a fazer acusações ao seu antecessor, acabando por aceitar a razão
do proprietário. Todavia, apesar dessa reunião preferiu avançar com a venda
como se o terreno pertencesse todo ao Município. Porquê? Porque estava
pressionada a vender pelo próprio FAM, já que essa venda era uma das condições
para que a revisão do PAM fosse aprovada.
Terá informado “esses senhores do FAM” do imbróglio em que
está metida, ou mesmo ao “contabilista de Borba” para parafrasear a própria
presidente que se referiu nestes termos ao avençado que a ajuda a fazer os
relatórios para o FAM? Duvidamos, mas mesmo que o tenha feito, o assunto vai
andar escondido nos tribunais durante muito tempo e quando se resolver “esses
senhores do FAM” vão dizer que foi mais um dos muitos imprevistos.
Sobre este negócio temos muito mais para contar, da mesma
forma que temos muito a dizer ao acordo que a São aprovou para tapar o buraco
deixado pela SGU, outro grande imprevisto, segundo “esses senhores do FAM”.