O PROFESSOR DE CIDADANIA


 

Ainda bem que estávamos confortavelmente sentados quando nos disseram que o grão-mestre do Atum enlatado foi professor de “cidadania” nos cursos de formação profissional organizados pelo pobre do mestre do emprego precário, que sonhou alto e quer presidente da CM da nossa pobre terra. Rimos à gargalhada e demos conosco a imaginar as aulas de tão distinto pedagogo, tão distinto que até propomos dar á Rua Teófilo Braga um novo nome “pedagogo António Cabrita”.

Certamente a primeira aula de cidadania era dedicada à democracia e ao convívio com adversários, tratando-se de um ilustre especialista em respeito pelos adversários e um pedagogo, é fácil de perceber qual a sugestão de respeito democrático:

“Não só és filho da puta como também és mentiroso.”

Sabendo-se dos dotes poéticos do sotôr não é difícil de imaginar que tal como tratar as questões de política de forma poética, também usasse os seus poemas de cidadão exemplar nas suas aulas. Mas se for uma senhora devemos ser mais dóceis, quando uma senhora se lamentou no Facebook que “Ainda hoje fui à Câmara queixar-me, mas de pouco ou nada serve. Monte Gordo está feito uma lixeira…” A resposta sugerida pelo nosso especialista em cidadania e atual líder parlamentar na SM do Ciprianistão foi a seguinte:

Baite já C,,,, ó coitadinho
Per… do cacete.”

É assim que um bom cidadão se refere a alguém que conta a sua experiência, quando fez uma reclamação à CM. E se alguém se mete no meio e faz qualquer comentário a resposta é de ainda mais fino recorte:

“Já está no seu posto de trabalho
És mesmo um grande filho da puta
Limpa a tua boca que está cheia de merda”

E, pelo meio, até dedica poetas, algo que só nesta terra as pessoas têm tal sorte:

Bazofia era a senhora
Vossa tia
Por sinal uma puta
A puta bazofia
Bom dia pulhas de merda

E para terminar mais um belo poema deste modelo de cidadão escolhido pelo pobre do Araújo para professar cidadania aos desempregados, metendo ao bolso uns cheques com os nosso impostos:

Xoxa
Pixa
E caquinha
E ripipi
E ripopó
Vou de popó
Amanhã há mais

Se os professores de eletricidade forem ao estilo do professor de cidadania não me admiraria nada que um destes andem aí profissionais eletricistas que confundem o cano da água quente com a ligação elétrica à máquina de lavar.

É escolhendo professores amigos, a quem o dinheiro dá jeito para aliviar contas complicadas por causa dos devaneios imobiliários que o chefe da repartição do emprego de VRSA combateu o desemprego? Este é um bom exemplo das relações de compadrio tecidas à sombra desta teia formada pela CM, por bandeados e outros responsáveis partidários e organizações do regime como a Mão Amiga, para não referir outras instituições que viveram com o nosso dinheiro a alimentar os seus vasos capilares.

Sejamos honestos, esta formação não forma ninguém e só serve para dar de ganhar aos amigos. E como se não bastasse o sofrimento de estar desempregado, muitas vezes durante anos, os desempregados ainda são usados para dar de ganhar a amigos, sujeitando-os a formações dirigidas pelos amigos e que para muitos não passará de tortura.

Que lugar terá oferecido ao seu amigo o pai do emprego precário e miserável, agora que o professor de cidadania foi corrido pelo Luís Gomes e anda a empanzinar-se de medronho e charutos? Com uma candidatura mais perdida do que a barca do arroz o Cabrita ainda vai fazer as pazes com o Rui Setúbal, o seu colega como professor de contabilidade na escolinha do Araújo.