Toda a gente sabe que a Mão Amiga foi muito mais do que uma
ONG dada à caridade, ao longo dos anos tem sido uma espécie de quinta coluna do
poder de Luís Gomes e, depois, da São Cabrita. Entre a CM e a Mão amiga
circularam muitas centenas de milhares de euros, da mesma forma que foi através
da Mão Amiga que a CM acedeu a centenas de trabalhadores precários, mão de obra
quase escrava, sem direitos ou seguros de trabalho.
Toda a gente em VRSA tem ouvido falar dos atrasos
sistemáticos com que estes trabalhadores serão pagos e quando fizemos chegar
essa informação a quem de direito recebemos como resposta que formalmente
desconheciam os fatos. Isto é, mesmo que soubessem nada poderiam ou queriam fazer
porque ninguém se queixou formalmente.
Mas desde quando é que um trabalhador vivendo de subsídios
miseráveis se iria queixar ao chefe do centro de emprego de um atraso de
pagamento por parte da Mão Amiga, sabendo do poder da dona Lídia, ainda por
cima sabendo das relações entre a Mão Amiga e o chefe do serviço de emprego?
Quantos milhões circularam entre a CM e a Mão Amiga, para
onde foi tanto dinheiro, porque razão a Mão Amiga recebe subsídios do IEFP a
tempo e horas e se atrasa no pagamento dos subsídios aos seus destinatários.
Urge uma auditoria rigorosa à Mão Amiga e uma avaliação
rigorosa das políticas de emprego adotadas em VRSA, uma terra onde o chefe do
serviço de emprego tinha um alto cargo na Mão Amiga, uma grande beneficiárias
de subsídios do IEFP.