A estratégia era brilhante, o largo da Forca fazia o trabalho e corria todos os riscos, quando o trabalho estivesse feito estendiam um tapete vermelho desde IEFP/Mão Amiga até à CM e o candidato tomava posse sem mexer um dedo. A lista estava feita, militantes históricos e deputados municipais competentes eram ignorados, para vice estava ser combinado ser o Nuno Batista, seguido do Pola e,m por fim, a Célia, o Rui Setúbal eira chefe de gabinete e mandaria em todos. A presidente da comissão política ficaria em última, sendo deputada não tinha pressa, quando acabasse a legislatura tomava posse do lugar e tinha emprego garantido.
A confusão começa quando alguém se lembrou de sugerir Pôla Alturas para vice, numa tentativa de negócio político absurdo, o que remeteria o pobre do Nuno Batista, uma personagem política sui generis e que um dia destes merecerá um post, para um lugar mais secundário. O pobre do Baptista que já tem os aventais muito bem engomados, arrisca-se a ficar fora das vagas, até porque a candidatura independente pode tornar muito complicada a eleição de um segundo vereador, quanto mais do terceiro. Já que está de avental que pegue num rodilho e limpe a sujidade que entretanto fizeram.
O prior veio com o chuto no rabo dado no dito cujo da coitada da Jamila Madeira, como bem sugeriu a ilustre deputada Célia Paz, não sabia se era o mundo ou a sua cadeira que estava a tremer. Confirmou-se o pior, era a cadeira, pelos vistos as cadeiras parlamentares têm um botão de ejeção, à semelhança dos aviões de combate. Regressada a São Bento a Jamila carregou no botão da cadeira da Célia Paz e foi o que se viu, deu um pulo de Lisboa às areias de Monte Gordo.
O pobre do Rui Setúbal, que tinha promovido a Célia Paz a líder local das mulheres socialistas, para que fosse incluída nas lista de candidatos a deputado, ficou com as contas trocadas. Pouco dado a aparecer, talvez por perceber que a terra não morre de amores pela sua imagem política, o Rui Setúbal tinha escolhido a Célia para a comissão política. Agora tem um problema, a Célia perdeu o emprego, é presidente da comissão política e não passa na cabeça do diabo que fique em quarto lugar na lista.
Já basta o Araújo ser o candidato ficando a presidente da comissão política no papel de figurante, ainda por cima é ultrapassada na lista por um independente e por um paraquedista que caiu na terra vestido de avental e a quem ninguém conhece grandes qualidades. O pior é que em termos de popularidade eleitoral os quatro juntos valem muito menos do que um. E como se não bastasse tanta desgraça, escolheram um candidato do PS que é mais próximo do Luís Gomes do que a São Cabrita.
Não deve ser fácil para o Rui Setúbal e Álvaro Araújo, depois de anos a urdir uma candidatura e quando a lançaram com uma antecedência de dois anos, perceberem agora que na melhor das hipóteses e por mais doutores de Faro que tragam de fora para elogiar o candidato ou por mais dinheiro que gastem em outdoors, dificilmente conseguirão eleger mais de um vereador.
Resta saber se a candidatura do Araújo não vai ter o mesmo destino da candidatura do Cipriano, no ano em que o candidato teve de ser escolhido à pressa, já que o designado fugiu, para depois vermos a esposa contratada pelo Luís Gomes e promovida pela São Cabrita. Estavam à espera de cinco bons empregos, quatro de vereadores executivos e um de chefe de. Não deixa de ser irónico, o candidato Araújo que até à estátua do Marquês na Av. da República deve ter oferecido emprego na CM, acaba por mandar os seus pares para o desemprego.
Sonharam com 4 tachos e não ficar com nenhum.