O ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO DA CM GANHA MAIS DO QUE UM MINISTRO!

Sabia que o assessor para a comunicação social do nosso senhor presidente recebe uma média mensal de 5271,43€, quase tanto do que o primeiro-ministro?


Ainda recentemente, no passado mês de agosto, o país foi sacudido com a contratação escandalosa de Sérgio Figueiredo, para assessorar o ministro da Finanças:

“No dia 8, o Ministério das Finanças anunciou a contratação de Sérgio Figueiredo para a função de consultor na área da avaliação das políticas públicas, com um salário de 140 mil euros por dois anos de contrato, o que corresponderia a 5800 euros por mês, um valor superior ao salário base do próprio ministro das Finanças.”

Estava em causa uma assessoria que implicava muito trabalho e o assessor contratado é um conhecido jornalista, com um dos melhores currículos no meio da comunicação social. Ainda assim, assistiu-se a uma onda de indignação e o ministro teve de recuar. Tratava-se de um escândalo pagar a um assessor mais do que o salário base do ministro.

Vejamos quanto ganham alguns responsáveis políticos, aqui ficam alguns rendimentos Brutos:

Presidente da República: 7 248,81€
Primeiro-ministro: 5 700€
Chefe de Gabinete do primeiro-ministro: 5456, 84€
Assessores do primeiro-ministro: 4.352,78
Ministro das Finanças 4.768,40 euros brutos

Mas, aqui no Reino do Baixo Guadiana e Arenilha, presidido pelo nosso senhor presidente, com um contabilista a fazer de Rapustine, os rendimentos parecem ser outros. A importância. A dimensão do reino é tal, que o nosso senhor presidente precisa de um assessor só para a comunicação social. E quanto ganha este precioso assessor?

A CM de Vila Real de Santo António paga nada mais, nada menos do que 73800€ por um ano de “trabalho”. Dividindo por 14 (12 meses mais subsídios) resulta num rendimento bruto mensal de 5271,43€

Quem é o tão valioso assessor: o contrato foi assinado por uma grande empresa unipessoal chamada Retune, Corporate & Brand Consultancy, Lda, um nome pomposo para um senhor chamado Nuno Rodrigues de Almeida Leite.

Isto é, um assessor de imprensa do primeiro-ministro ganha 4.352,78 e farta-se de trabalhar, atender dezenas de jornalistas, elaborar comunicados de imprensa a toda a hora, acompanhar o primeiro-ministro nas deslocações, estes assessores trabalham de manhã à note e ganham menos do que o assessor de comunicação de um dos municípios portugueses, tecnicamente falido e onde a única coisa que o nosso senhor presidente faz é tirar fotografias.

E que precioso trabalho faz este valioso assessor de comunicação social? O contrato estabelece que tem por “objeto a prestação de serviços na modalidade de avença, para apoio ao executivo, na área da comunicação social, nas condições definidas no caderno de encargos e na proposta adjudicada”.

Não sabemos se o nosso senhor presidente vai tornar público o precioso contributo deste assessor ou se um dia destes vais mesmo de ter de prestar esclarecimentos a quem de direito. Por agora, apenas reparamos que desde que o nosso senhor presidente assinou este contrato começou a publicar artigos de opinião no Jornal de Notícias e que de vez em quando são plantadas notícias neste jornal. Ainda nestes dias este foi o único jornal a referir o caso do cruzamento de Santa Rita na sua edição online, que o nosso senhor presidente se apressou a dar a conhecer aos residentes naquela aldeia, dando ares de homem muito influentes.

Pelos dados que recolhemos na comunicação social, receamos que o nosso senhor presidente gaste uma fortuna, à custa do Município, para projetar a sua imagem pessoal num jornal com audição da região norte, já que no sul poucos são os que compram este matutino.

Este contrato foi assinado na sequência de uma consulta prévia à qual apenas o felizardo assessor respondeu, isto é, estamos perante uma adjudicação encapotada, daquelas em que são consultadas entidades que se sabe que nem vão responder, como sucedeu com um famoso assessor de Medina, quando era presidente da C;M de Lisboa.

Num concelho endividado, onde os cidadãos levam uma nega sempre que precisam da ajuda ada autarquia, onde não há dinheiro para nada a não ser para foguetórios, cantores pimba e viagens de turismo institucional dos autarca, isto é não se ter vergonha na cara.