A CULTURA DA CORRUPÇÃO



Fala-se muito da corrupção, mas ignora-se como muitos cidadãos supostamente honestos são responsáveis pela criação de uma cultura de corrupção. Combatemos os grandes corruptos e nem reparamos como nós próprios promovemos a corrupção.

Por exemplo, quando um candidato em tempo pré-eleitoral promete a uma jovem um emprego bem remunerado numa câmara municipal, pago com o nosso dinheiro, para dessa forma conseguir um benefício pessoal, que consiste no seu apoio eleitoral, o que está a fazer senão a ser corrupto.

Com que direito um candidato político que ainda nem sequer foi eleito pode prometer um emprego no Estado, à revelia de todas as regras em matéria de contratação? Quando se faz uma proposta destas está-se a envolver uma jovem num ambiente corrupto, em alguém que nunca estaria ao serviço dos municípios, mas sim ao serviço de quem a corrompeu.

Todos sabemos de lugares de chefia da CM que vão mudar, da mesma forma que sabemos quem os vai ocupar, basta olhar para os sites dos candidatos, onde chovem testemunhos dos que ganhara ou dos que esperam vir a ganhar com este ou com o outro candidato.

É esta cultura de corrupção que tem vindo a destruir a democracia, primeiro desvirtua o jogo democrático, a seguir corrompe políticos e mesmo uma parte dos eleitores. Não admira que em 2017 tenham chovido empregos na CM enquanto a mesma CM mandava uma IPSS distribuir mais de 350.000€ em apoios monetários. 

É preciso dizer não a esta cultura de corrupção, porque dessa forma a democracia só consegue parir políticos que não passam de “abortos” e enquanto esta corrupção durar nem Vila Real de Santo António nem qualquer terra ou país que promova políticos que compram votos de forma tão pouco digna atingirá elevados padrões de desenvolvimento.

Quem compra votos não é competente nem quer governar bem, compra votos porque quer ganhar a qualquer custo, muito provavelmente para depois servirem os seus verdadeiros donos.