Vale a pena ouvir e voltar a ouvir as entrevistas que têm sido dadas pelo candidato cantor e pelo candidato da Mão Amiga à Rádio Guadiana. Algumas respostas são tão hilariantes, que demos connosco a pensar que se tivéssemos de escolher personagens de ficção para associar aos dois candidatos do sistema, o primeiro seria o Harry Poter” e o mocinho ambicioso de Viana seria o “Pateta”.
Luís Gomes é um verdadeiro alquimista dos tempos modernos, de uma penada reduz a dívida de 150 para 72 milhões e dá tantas camabalhotas numéricas que ficamos com a impressão de que a nossa CM é o Fort Knox. Não, a CM não pediu ajuda ao PAEL e ao FAM, não se esqueceu de cumprir o acordado nem de pagar ao PAEL. Não, as contas do FAM estão erradas, a SGU criada com a ajuda de vereadores do PS, agora militantes firmes e hirtos do Álvaro Araújo, nunca existiu.
Mas se o Luís Gomes, que aparenta ter muito mais recursos intelectuais do que o moço de Viana, dá cambalhotas e transforma caca em ouro, já o seu rival parece querer fazer o contrário. Se um propõe bazófia ou outro chega a ser hilariante naquilo que propõe. Depois dos famosos pombalinos arqueológicos do Coração da Cidade, agora transformado em Coração do Araújo, do teleférico entre Aiamonte e VRSA, o Araújo lembrou-se propor uma linha de autocarros elétricos para levar vila-realenses a trabalhar em Balurcos ou para o pessoal dos Balucros e de Alcoutim vir trabalhar a VRSA.
O homem deve perceber tanto de gestão de dinheiros como de artilharia, o António Costa falou da bazuca e o candidato confunde a bazuca com uma bomba atómica. Vale a pena ler as patetices hilariantes:
«Não podemos continuar afastados de Alcoutim, de Castro
Marim, de Cachopo, não podemos, temos que arranjar uma solução e cada vez mais
Zé Mendes, isto que vou dizer pode ser uma utopia, se nos sentarmos à mesa pode
ser que encontremos uma solução, tem que haver uma rede de transportes, agora
que há os autocarros, os míni bus, os pequenos autocarros movidos a
eletricidade, porque não aproveitar esse facto, de certeza que haverá uma linha
qualquer europeia que financie isso e ter autocarros constantemente a passar,
com circuitos bem definidos, entre aqui os três concelhos ou até chegar a
Tavira, para que haja movimentação de pessoas, para que as pessoas de Alcoutim
possam vir trabalhar para VRSA, para que as de VRSA possam ir trabalhar para
Alcoutim.
O Zé Mendes sabe a dificuldade…, ainda a semana passada eu estive no lar dos Balurcos, sabe a dificuldade que aquela instituição tem para arranjar pessoas para trabalhar, porque Alcoutim [está desertificado] infelizmente não tem pessoas e há pessoas aqui com vontade de trabalhar e vão como [pois, não há transporte…]. Teria que haver, teremos de encontrar entre todos, temos que nos sentar à mesa e diz olha “aquele descobriu a pólvora”, pois, não descobri pólvora nenhuma, o que é certo é que temos que tentar e temos que conseguir esse desiderato, porque, porque o território merece e vai evr que isto vai mudar, vai mudar mesmo… »
O homem tem a certeza de que há fundos comunitários para instalar milhares de linhas de autocarros elétricos entre todas as aldeias, vila e cidades do país. Há de certeza dinheiro dos alemães para as utopias de patetas e basta uma cadeira onde o Home se sentar e convence logo o governo.
Já imaginamos as estradas da serra levando gente de VRSA
para o lar dos Balurcos, com o motorista a ganhar muito mais do que os
empregados do lar. Autocarros para lá, autocarros para cá, ligando o Montinho,
o Azinhal, Odeleite e Foz de Odeleite, Guerreiros do Rio, Cachopo, Balurcos de
Baixo e Balurcos de cima, enfim, mais hilariante é impossível. Mas o moço de
Viana não só conta com o ouro do Fort Knox para financiar as suas utopias
patetianas. Ainda por cima fala como dirigente regional, ainda vai mais longe
do que o Baixo Guadiana, mete também Tavira. Enfim, com o Araújo vai nascer uma
Patetilândia junto ao Guadiana.