A forma indigna e vergonhosa como o nosso senhor presidente
se dirigiu a uma funcionária de uma escola de Monte Gordo revela muito sobre o
carácter (ou a falta de ele) de um político.
Se já é grave que um político ande de escola em escola
cobrando a gratidão de funcionários contratados pelo Estado, graças a uma
medida governamental, muito mais grave é quando um autarca além de ser mal-educado
revela valores humanos muito questionáveis.
Provavelmente por pensar que se estava dirigindo a uma
assistente operacional poderia comportar-se de qualquer maneira e, ainda por
cima, responder com tiques xenófobos, como se ele fosse um patrão de uma roça
de cacau.
Quem é este senhor para se sentir tão superior? Porque é de “boas
famílias” e nasceu nalgum solar do Minho? Porque graças aos votos daqueles que
conseguiu enganar, conseguiu ascender a um cargo para o qual se tem revelado
incompetente?
Quem lhe dá o direito de pensar que pode tratar uma
funcionária que não precisou da cunha de ninguém para ser funcionária pública,
ao contrário do autarca que se manteve como chefe da repartição local do IEFP
graças a cunhas, porventura do antecessor que agora persegue? E ainda por cima
refere-se à funcionária como cuica, como se isso significasse inferioridade,
como se os cuicos fossem um grupo étnico associado a todos os defeitos do
mundo.
Deve estar a confundir gente de trabalho com os inúteis das famílias
que agora governam a CM, a quem paga muito bem, para agradecer os votos, para
que andem a roçar o rabo pela cadeiras?
Quem era este senhor antes de chegar à terra da alfarroba,
para ser um modesto professor de espanhol que ensinava aos alunos que caneta em
espanhol se dizia “canhéta”? Quem foi este senhor durante anos do que um
modesto chefe de um serviço público sem qua qlguma vez tenha feito um concurso,
o que significa que os evitou *à custa de proteções políticas?
Este senhor deve estar confundido todos os vila-realenses, montegordinos e cacelences com os que meteu na CM a ganharem fortunas sem saberem fazer, deve achar que todos roubamos ao banco ou jogamos com o dinheiro da madrinha, que todos somos netos do Asdrubal.
Esperemos que passem os dois anos que falta para vermos esse
senhor descer e voltar a dar aulas de espanhol, para desgraça dos nossos
jovens. Bom, bom é que ele voltasse para a sua aldeia do Minho, e tratasse os
minhotos da forma como tratou a funcionária da escola de Monte Gordo.