A TERRA DO MEDO

 


Quando o líder local do CHEGA se queixa do receio das pessoas darem a cara pelo seu partido é porque há mesmo medo em VRSA, nesta terra só podem dar a cara as pessoas que assumem o apoio aos dois grandes partidos, não faltam mesmo os que em público se dizem araujianos ou gomianos e em privado dizem-se votantes de outras candidaturas. 

O simples gesto de colocar um like numa página que os critique é motivo para um telefonema, uma mensagem ou mesmo uma ameaça mais ou menos subliminar.  A cultura do medo foi instituída ao logo de mais de uma década, daí que o aparecimento do Largo da Forca tenham incomodado tanto o poder. O poder e os que se sentem no direito de serem candidatos únicos a substituir os que estão no poder. 

Para uns há o medo do que lhes pode suceder por se terem assumido publicamente contra os dois candidatos dos grandes partidos, o medo de precisar de um emprego e não serem bem tratados pelo Estado, o medo da avaliação do serviço, o medo de não se ser promovido na CM, o medo de ser mandado para um gabinete escuro da SOLIVA. 

Durante anos a incompetência, flacidez e conivência da oposição oficial e a perseguição de quem ousasse incomodar o ou a presidente da CM, calou qualquer voz incómoda, só podiam manifestar a sua opinião em público os que estivessem do lado do poder. Agora apareceram outros a imitar os mesmos métodos e aparecem páginas com o único objetivo de difamar quem não os apoie. 

É tempo de acabar com o medo nesta terra, de acabar com as arruadas cheias de gente que saiu à hora de almoço para vestir a t-shirt da campanha, de acabar com os telefonemas a quem mete likes em candidaturas que não sejam as dos grandes partidos, de devolver os serviços do Estado e da CM aos cidadãos, de deixar de se fazer política usando as instituições públicas como arma. 

Só há uma forma de acabar com o medo, derrotando nas urnas os que destroem a democracia e que em vez de argumentos usam o medo como instrumento político eleitoral.  Nas eleições autárquicas não estará apenas em causa a recuperação de um Município arruinado e com a pior das imagens, está também em causa a devolução de uma democracia sã aos vila-realenses. Para isso teremos de derrotar os políticos formados no caciquismo.