É incrível a forma como o PSD local fez de conta de que nada tinha que ver com a São Cabrita, fazendo passar a ideia de que as acusações de que foi alvo resultam de um caso isolado e a ser verdade trata-se de um comportamento individual. Emitiu-se o competente comunicado e deu-se o assunto como concluído.
Mas não, os vereadores eleitos pelo PSD e os deputados municipais não podem ser ilibados de responsabilidades políticas, até porque o negócio que levou à detenção e demissão da autarca do PSD não resultou de uma decisão exclusiva da presidente, mas sim de um processo que passou não só por uma decisão do executivo, mas também pela Assembleia Municipal.
Mas a Operação Triângulo não visou apenas o negócio do terreno junto ao Hotel Vasco da Gama, abrangeu mais processos e foi motivado pelo esquema de adjudicações duvidosas. Acontece que o esquema das adjudicações directas é a marca da gestão do PSD em VRSA e pelos cargos de vereador e de vice-presidente da CM passaram muitos.
Aquilo que se passou em VRSA ultrapassa mesmo a CM pois sabe-se que a máquina política que sustentou o PSD em VRSA envolve um outro triângulo formado pela CM, pela Mão Amiga e pela máquina de colocação de POCS em ano de eleições. Negócios, perseguição de adversários, adjudicações directas, POCS, donativos monetários, foi o combustível deste PSD que tudo e todos comprou.
Esperemos que as pessoas que de forma directa ou indirecta conduziram o concelho à desgraça sejam banidos das listas partidárias e como isto não irá suceder, esperemos que os vila-realenses não se deixem enganar e ponham fim a um ciclo político que desgraçou o concelho.