AS DESCULPAS PARA A DÍVIDA

 


 

Parece que a dívida está a animar a campanha e até já há um candidato que é apresentado pelos seus incondicionais como o homem com o qual não há dívidas, enfim, uma espécie de Santinha da Ladeira das Finanças. 

Depois da tese de que a dívida é investimento e que deixou património que dá para pagar e sobrar, não ter convencido o vila-realenses, para que agora as explicações são outras. A crer no deputado municipal Lança a culpa da dívida é das poças de urina, que o deputado municipal Cipriano, rapaz letrado e ilustre causídico prefere designar por mijo. Parece que a dívida resultou de acabar com a mijaneira nas ruas de Monte Gordo. Coisa com que o Cipriano não concorda e para o provar recorda as moças “descacadas” a publicitar o Manta Beach. 

Mas a mijaneira de Monte Gordo não explica tudo, parece que sucedeu uma epidemia de cataratas no concelho e o pobre do Luís Gomes viu-se na obrigação de operar toda a gente. Como em Portugal e arredores ninguém sabia de cataratas, o Luís foi a Cuba tratar do assunto, não arranjou nada mais perto. Foi a Cuba com cataratas e voltou com medalhas e coronéis, um dos quais acabou por se revelar um assassino, ali para os lados da outra banda. 

Mas convenhamos que para justificar a dívida as nossas pequenas cachoeiras não bastavam, a dívida é tão grande que só com as cataratas do Niágara tinha desculpa. Surge então mais uma justificação, a culpa é da crise do Subprime, mas nada que tenha que ver com os tais amigos do Prime de Monte Gordo, que um dia destes ainda vão ficar com a rua, para instalar uma esplanada. 

Foio a crise financeira que reduziu as receitas, a explicação até teve direito a homilia na Assembleia Municipal, enquanto o coitado do Setúbal lá ia tirando gráficos e bonecos que tinha apresentado numa reunião de há uma década. Um diz que fez, o Setúbal diz que avisou e todos vamos ter de pagar.