Ultimamente o Araújo ou, como ele gostava de ser chamado, o
senhor presidente, usa muitas vezes a palavra transparente, talvez porque se tem
a perceção de que os vila-realenses já se aperceberam da opacidade dos seus
negócios duvidosos e rocambolescos.
Será transparência fazer uma obra e só depois desta
concluída forjar uma adjudicação?
Será transparência andar um ano a dizer que tinha solução
para os prédios da Rua de Angola e depois, de um dia para o outro, proporcionar
um lucro chorudo a fundos duvidosos, ignorando que esses prédios tinham um
condicionalismo jurídico que impedia um negócio nesses termos, já que estavam
condicionados a rendas controladas?
Será transparência fazer um grande negócio imobiliário com
uma empresa com um capital de 100€ criada para esse negócio mais dois anos
antes de ser um colocado um edital, divulgado de forma a ninguém dar por ele?
Mas o Araújo tem razão ao dizer que é transparente, ainda
que por motivos diferentes. A mais de um ano das eleições é um autarca
detestado pelos vila-realenses, que já aprenderam a conhecê-lo. E não são
apenas os que não votaram nele, são muitos ex-amigos, membros da sua própria
equipa que se demitira, os funcionários que são perseguidos e muitos a quem
enganou com mentiras.
A transparência do Araújo nada tem que ver com transparência
na gestão, é transparente porque neste momento é um verdadeiro fantasma da
Praça Marquês de Pombal. Um fantasma em quem não acredita e já não são só os
que garantem que qualquer candidato lhe ganha nas autárquicas, são cada vez
mais o que duvidam que consiga concluir o mandato.