9 MILHÕES EM FATURAS

 



Como é que numa autarquia se podem esconder facturas relativas a compras de bens e serviços durante anos? Nem na tasca da coxa tal é possível, mas no Estado há qualquer coisa de errado quando uma equipa autárquica vem dizer que encontrou 9 milhões de euros em facturas por pagar. 

Percebe-se a indignação do vereador Álvaro Leal perante esta situação e não se percebe o quase gaguejar de um vice-presidente que se esquece de que foi eleito pelo PSD e escolhido para vice-presidente pelo mesmo PSD e pela São Cabrita. Quem ouviu aquele que chegou a presidente aos trambolhões até é bem capaz de pensar que ele nada tem que ver com o Luís Gomes ou com a São ou com o PSD. O homem pode dar as “facadinhas” que bem entender, mas não nos vai dar facadinhas na nossa inteligência. 

Talvez o agora presidente desconheça que a gestão do Estado obedece a regras, até porque as más-línguas dizem-nos que a gestão da Junta de Freguesia de VRSA não foi um primor durante o anterior mandato autárquico, mas a verdade é que apesar de serem ignoradas, a realização de despesas no Estão obedece a regras muito rigorosos. 

Quais os vereadores que despacharam essas despesas? 

Os responsáveis pela gestão financeira “esqueceram-se” de pagar essas facturas e o responsável pela contabilidade não tiveram conhecimento delas? 

A imagem de facturas de compras de 9 milhões de euros esquecidas numa gaveta é uma mentira, isso não existe no Estado. Uma compra gera mais documentos para além da factura, há alguém que escreve informando que é necessário comprar algo, há alguém que escolhe que tipo de procedimento concursal deve ser adoptado, há um processo de cabimento, haverá um despacho adjudicando a compra, há encomendas e correspondência com o vendedor e, por fim, a factura. 

É impossível “esconder” facturas pois cada factura tem na sua base um processo que passou por muitas mãos e deveria ter terminado na contabilidade. É impossível esconder um único tostão da contabilidade da CM sem que alguém tenha cometido uma infracção disciplinar grave, senão mesmo um crime. 

É inaceitável que este processo caia no esquecimento sem apurar responsáveis, porque desde vereadores a responsáveis pela gestão financeira e pela contabilidade são necessariamente vários os responsáveis pela violação das leis do Estado. 

Não estarão a encobrir os responsáveis por irregularidades tão graves que levariam à sua demissão e perdas de mandatos? A aliança entre o Luís Romão e o PS do Álvaro Araújo dos POCS e da Amiga vai servir para denunciar este caso?