O CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DO GUADIANA

 


 

Já ouviu falar deste centro? Não ouviu, mas devia ter ouvido, se os responsáveis do PSD pela gestão do Município fossem honestos para com os vila-realeneses, para com os fundos europeus e para com os nossos vizinhos espanhóis, já deveria estar a funcionar no edifício da Alfândega, na Av. da República. 

O Município através da CM e da SGU recebeu um total de 440.617,16€ [343 117.16€ do Interreg Europe - FEDER e 97.500€ do QREN Programa Algarve 21 - FEDER]. No Âmbito do Interreg a CM assumiu um compromisso internacional com os nossos vizinhos espanhóis [https://www.poctep.eu/pt-pt/node/1868]. No quadro do FEDFER assumiu-se o compromisso de dar um destino público ao edifício. 

Mas o que sucedeu?

O calendário para a instalação do Centro de Interpretação do Guadiana, assumindo no quadro do programa transfronteiriço ANDALBAGUA a instalação daquele centro até 30 de junho de 2013. A verdade é que a CM parece ter mentido aos vizinhos espanhóis e às entidades europeias, já que no dia 5 de novembro de 2013 a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António faz publicar no Diário da República o anúncio 5422/2013 visando a “seleção de ideias de negócio para a exploração e gestão de um conjunto de imóveis no centro histórico de Vila Real de Santo António dentro do conceito de alojamento a céu aberto”. [Anexo: DRAnuncio5422-2013 5-11-2013]. 

Acontece que o edifício da Alfândega estava incluído nesse concurso, isto é, mal se apanharam com o edifício recuperado com dinheiros europeus, a CM lançou um concurso. Como é sabido, este concurso foi ganho por um tal Sequeira que constituiu uma empresa com 10.000€ de capital, já depois do concurso estar aberto. 

A verdade é que nunca mais se falou do assunto e para o edifício da Alfândega eram anunciadas suítes de luxo que nada têm que ver com o extinto esturjão do Guadiana e muito menos com mujos e enxarrocos. Mais tarde mudaram de ideias e anunciaram uma sala de charutos. Os mujos e enxarrocos foram de tal forma esquecidos que o Luís declarava à comunicação social que “Em complemento ao hotel, a unidade engloba a exploração de um conjunto de suítes de luxo no edifício da Alfândega (a primeira construção da cidade), bem como um Beach Club de caraterísticas premium, localizado na foz do Rio Guadiana.”

Até hoje nem mujos e enxarrocos, nem suítes de luxo e nem a chaminé lança no ar o fumo das charutadas inspiradas certamente nas idas a Cuba. Numa sessão da CM uma atrapalhada São Cabrita metia os pés pelas mãos e tentava disfarçar a vigarice:

«nós neste momento temos ali será para uma sala de interesse público que possa ser visitado, embora esteja associado ao grupo Grand House, mas neste momento o que nós temos foi fundos comunitários que foram ali aplicados e como tal não se pode já determinar o seu fim.»

«Portanto, aquilo que nós temos é o seguinte, há fundos comunitários, que já falámos com a CCDR se poderíamos utilizar em termos particulares. Neste momento ainda não e, portanto, tem de decorrer um determinado tempo para que, há uma visita eu pedia ao engenheiro....»  

Isto é a autarca sabia da vigarice e declarou de forma clara que estavam deixando passar os prazos legais para se escapar às consequências legais da fraude.

PS: Será que o candidato Araújo vai questionar o seu amigo Apolinário da CCDR sobre este processo ou manda um vereador pedir informações ao Luís Romão, para fazer em 5 meses a oposição não não o vimos fazer desde que o PSD manda na CM?

Uma coisa é certa, o seu guru da mochilinha sabe desta fraude e nunca a denunciaram, numa clara proteção ao Luís Gomes e à São Cabrita.