Não nos dedicamos à política nacional e por mais que as ideias da extrema-direita não as discutimos neste espaço, da mesma forma que não discutimos as posições nacionais do PS ou do PSD. Todavia, não podemos deixar de registar que há quem assuma publicamente os seus ideais, que no caso do CHEGA muitos consideram ser de extrema-direita. Não deixa de ser interessante saber quem partilha as ideias de André Ventura aderindo publicamente ao seu projecto.
É óbvio que ao se aderir a uma lista autárquica da extrema-direita não estamos a aderir apenas a um projecto autárquico, estamos a sancionar um projecto ideológico. E todos sabemos quais são as ideias do líder deste partido. Não deixa de ser um ato de frontalidade os simpatizantes destes ideais darem a cara por uma ideologia e por um líder que defende que um ministro deve ser decapitado ou que pega numa fotografia e chama marginais a cidadãos só pela cor da pele. Ainda que saibamos que este CHEGA de VRSA nasceu no berço do Luís Gomes, será curioso ver estes militantes fazerem campanha nalguns locais do concelho.
É sabido que o líder do CHEGA tem vindo a pressionar o PSD para uma aproximação, sabe-se da aliança do CHEGA com o PSD nos Açores e que André Ventura. EM termos locais sabe-se que o líder do CHEGA foi presidente da JF de VRSA e que nunca foi visto a tomar posições pela oposição.
Portanto, a grande dúvida que se coloca é a de saber ao que vem o CHEGA?
Sabe-se que não vai ganhar, pelo que na hipótese remota de conseguir eleger deputados municipais ou vereadores a dúvida é óbvia? Vai ser oposição ou fará aquilo que se espera em todas as eleições em que os votos do CHEGA possa ser suficientes para formais maiorias do PSD, isto é, aliar-se ao PSD?
É evidente que o CHEGA não tem projectos autárquicos, apenas
quer fazer afirmação ideológica e colocar-se em posição para forçar o PSD a
alianças locais. Isso significa que o CHEGA de VRSA pretende divulgar os seus valores
ideológicos e conseguir ser um aliado de Luís Gomes. Veremos quem quer carregar
o estigma que em VRSA ficou com o nome de “cigarrinho”. Será que o funcionário
bancário que lidera o CHEGA assume que se disponibiliza para ser vice de Luís
Gomes, ou preferirá continuar no conforto do banco e deixar papel de “cigarrinho”
para o número dois ou o número três da lista? Quem quer ser o Cigarrinho do
CHEGA?