QUEM AJUDOU A SÃO CABRITA A SER PRESIDENTE?

 


Como é que uma personalidade política sem grandes rasgos de competência conseguiu chegar a presidente da CM, acabando por abandonar o cargo a meio entre a detenção e a divulgação das medidas de coação, muito provavelmente para evitar a prisão preventiva, porque ao demitir-se eliminou o risco de continuação da actividade criminosa ou perturbação do inquérito? 

Antes de mais, porque chegou às eleições com a imagem de bondosa e dedicada, enquanto o executivo mais incompetente e desastroso do país conseguia apresentar-se como um modelo de competência. O PSD conseguiu comprar muita gente da oposição, descredibilizando os restantes partidos com representação nos órgãos da autarquia. 

Em segundo lugar, porque a história dos executivos de Luís Gomes e da São Cabrita são uma longa história de conivências políticas pessoais e partidárias, Os milhões mandados para Cuba, os empregos oferecidos a familiares de figuras da oposição, as cunhas aos governos em favor das carreiras de políticos da oposição, as fortes ligações ao mais alto nível de governantes do PS, tanto no governo de José Sócrates como o de António Costa, as “gorjetas” a figuras como a esposa do ainda ministro da Administração interna, sob a forma de encomenda de estudos, permitiram ao PSD de VRSA neutralizar a oposição. 

Não só foram incompetentes como nas eleições autárquicas de 2017 a São Cabrita contou com o boicote por arte de algumas personalidades do maior partido da oposição, que dois anos depois e a meio do mandato autárquico conseguiram lançar o seu candidato. Desde então vemos os mentores dessa candidatura a defender a São Cabrita na página mais suja que VRSA já viu na internet. O Culminar deste apoio foi a defesa da São num comunicado do PS poucos dias antes da autarca ser detida. 

Um quarto alicerce da São foi a substituição de políticas de desenvolvimento por um assistencialismo que visou a manutenção da miséria, de forma a transformar os mais carenciados (etnias e bairros) num exército eleitoral dos caciques locais.  Na base desse alicerce estava uma IPSS onde pontuavam a pessoa mais próxima da São Cabrita e o agora candidato do maior partido da oposição. 

Esta máquina geradora de miséria e de vitórias eleitorais não se ficou pela distribuição de donativos monetários em ano eleitoral, que poderão ter chegado aos 350 mil euros que foram financiados pela CM. Outro instrumento miserável que tem estado presente na política local são os famosos POCS, que terão atingido níveis quase absurdos em 2017. 

A vitória da São foi alimentada pela misérias e por gente miserável, mas não os pobres, gente com boa vida e boas carreiras conseguidas à custa de um concelho deixaram à beira do colapso.