POBREZA


Quando em pleno Algarve, uma região que cria riqueza a um nível superior à média nacional, ao ponto de a UE a colocar num patamar superior mesmo à escala europeia, vemos um concelho como o de VRSA, com condições especiais para se desenvolver e constatamos que os “senhores” da terra em vez de sempre empresários, são as personalidades que gerem a caridade privada ou mesmo a pública. 

Toda a gente sabe como a caridade pública e privada tem sido usada para olear a máquina eleitoral da direita, são públicos os gestos “caridosos” destas personalidades. Foi necessário o concelho bater contra a parede da dívida e o FAM proibir o jorro de recursos financeiros do Município para a Mão Amiga, para que o esquema parasse. 

Em 2017 a São Cabrita foi eleita pela pobreza, se no Brasil houve uma telenovela dedicada à rainha da sucata, por aqui tivemos a autarca dos pobres. A Mão Amiga, a instituição que alguém garantiu ser benfazeja e nada ter que ver com  política, distribuía centenas de milhares de euros em donativos monetários, ao mesmo tempo que ajudava o IEFP a colocar dezenas de POCS. 

Não admira que apesar do “denodo” [termo bafiento típico de seminaristas] de instituições como a Mão Amiga e o IEFP a pobreza insista em se manter. A verdade é que o negócio da pobreza não só tem dado estatuto pessoal a uns, como tem ajudado outros a ganhar eleições. 

Só é possível combater a pobreza pondo fim a este esquema oportunista, trazendo democracia, transparência e progresso e devolvendo as instituições públicas a autarcas eleitos de forma livre e a gestores competentes que sirvam o interesse público em vez das suas ambições políticas pessoais.