CROMOS DO ARAÚJO: O MENTIROSO


Em Portugal há a ideia de que na política é normal mentir e os últimos tempos da vida política portuguesa o debate está centrado em eventuais mentiras ditas na comissão parlamentar de inquérito à TAP.

Mas no caso do nosso senhor presidente a mentira não é a exceção, é a regra e começou logo na campanha onde fez promessas a torto e a direito, sabendo de antemão que não as ias cumprir, não as podia cumprir e algumas eram mesmo do domínio do hilariante.

Mas há mentiras e mentiras, no caso do nosso senhor presidente a sua maior mentira atinge grande gravidade e veremos se no caso dos prédios adquiridos a preços especulativos se a coisa se fica apenas pela mentira.

Enganar os vila-realenses dizendo que ia resolver o problema da dívida, para depois promover um programa de habitação com objetivos eleitoralistas, sabendo que isso implica uma dívida de mais de 40 milhões de euros e que não só está proibido de realizar mais empréstimos (mesmo encapotados) como a própria lei não lhe permite tal endividamento pelo Município, é muito grave.

Este aumento da dívida não só terá consequências legais, que esperemos que levem o nosso senhor presidente a ser confrontado com as consequências das suas decisões ilegais, como certamente mais desencadear, mais tarde ou mais cedo, reações por parte de instituições nacionais com competências neste domínio.

Infelizmente, as mentiras do nosso senhor presidente têm merecido o silêncio de alguma oposição, fazendo querer que não foram apenas alguns eleitos que se bandearam e que partidos que eram ferozes denunciadores das dívidas em mandatos anteriores, agora deixaram de saber fazer contas.

No plano pessoal desconhecemos o perfil do nosso senhor presidente, mas enquanto autarca já dá para perceber que quando estão em causa das suas ambições eleitorais não se importa de destruir financeiramente o município desde que com as suas mentiras engane os vila-realenses.

O nosso senhor presidente mente de forma tão descarada que, não hesitando em mentir através do Jornal do Algarve dizendo que o investimento na habitação fica a custo zero, quando sabe o que assinou em nome do Município, que assumiria uma dívida junto do IHRU de mais de 40 milhões de euros. Veremos se não paga esta dívida com língua de palmo, como nós prevemos.