O SENHOR CINCUENTA MILHÕES





Em entrevistas na Rádio Guadiana antes e durante a campanha o nosso senhor presidente assumiu como bandeira o problema da dívida. Informou que até já tinha uma equipa qualificada a estudar o assunto e que logo que ganhasse as eleições iria reunir com os autarcas de Portimão que tinham conseguido resolver o problema. Não sabemos se a equipa que estava a estudar o assunto eram o cunhado e o Lima ou se foi mais alguma vez a Portimão além da ida ao grande prémio GP.

É óbvio que tudo isto, como de costume, eram patranhas. O nosso senhor presidente não só não tinha qualquer intenção de diminuir a dívida, como pretendia aumentá-la de forma bruta e, como se percebe agora, iludindo os vila-realenses e as instituições. A mentira não só tem perna curta, como neste caso foi o próprio mentiroso a assumir as suas intenções. Fê-lo de forma clara na apresentação da auditoria elaborada pelo canalizador Rui Setúbal, tal como dá conta uma notícia do Observador, de 18 de outubro de 2022:

“Segundo o autarca, são precisos “mais 50 milhões de euros para acrescentar” à dívida já existente, de forma a fazer investimentos fundamentais no concelho, nomeadamente a criação de habitação social, na reparação de algumas estradas e em obras que são necessárias no parque de campismo, no Centro Cultural António Aleixo e no complexo desportivo da cidade”.

Nem mais nem menos, o nosso senhor presidente disse que para suportar o seu programa de habitação, mais alguns trocos para outras obras, precisava de aumentar a dívida em 50 milhões de euros. Isto é, mesmo proibido de aumentar a dívida e de contratar novos empréstimos, o nosso senhor presidente assumiu que precisava de aumentar a dívida num montante equivalente ao máximo de dívida que a lei permitiria ao nosso Município, na hipótese de não dever nada a ninguém.

O nosso senhor presidente sabia muito bem do que falava, já se tinha informado de que o financiamento do IHRU implicava um endividamento de mais de 50% e se tinha prometido 120 milhões para a habitação isso implicava um acréscimo de dívida de quase 70 milões. Foi por isso que dos 120 milhões passou para os 80 milhões, a que corresponde a dívida de 50 milhões.

Trata-se de uma manobra financeira irresponsável, que vai arruinar o Município, senão mesmo levar à sua total insolvência, tudo porque o nosso senhor presidente concluiu que dando casa aos seus eleitores, reparando alguns bairros sociais e construindo habitação e cavalariças para os novos residente da comunidade cigana, ganharia as próximas eleições.

O nosso senhor presidente mandou algum papel ao Tribunal de Contas que permita a este validar este aumento brutal de dívida do Município mais falido do país? Não, o Tribunal de Contas de nada sabe.

O nosso senhor presidente informou os munícipes de que está a aumentar a dívida em 50 milhões? Não e ainda por cima mente dizendo que o investimento eleitoralista em habitação nada custará ao Município. Tem-no dito em entrevistas e, pior do isso, nos órgãos autárquicos.

O nosso senhor presidente tem a autorização do FAM? Não tem, nunca poderia ter, de nada lhe serviria porque a lei não lhe permite tal irresponsabilidade e, ainda por cima, pelo que ouvimos numa reunião do executivo, induziu o diretor executivo em erro, para não dizer que o enganou.

Nos próximos dias dedicaremos vários posts para a este tema, para que todos saibam até onde vai este nosso senhor presidente, que desde que ganhou as eleições está em campanha eleitoral permanente, convencido de que ganha as próximas eleições com fotografias, mentiras e a ruína financeira do Município.