Há poucos anos alguns políticos portugueses não se cansam de
apregoar a ética republicana como se todos fossem corruptos e eles tivessem
recebido uma vacina que os tornava seres moralmente superiores. Nos últimos
tempos temos sido confrontados com uma sociedade corrompida, onde vivem honestamente,
procuram empregos em concursos apostam na qualificação, enquanto outros
preferem a gandulice, inscrevem-se nalguns partidos ou apostam em políticos,
para depois conseguirem favores.
É cada vez mais evidente que em Portugal há dois caminhos
para conseguir um emprego, o do mercado de trabalho sem cunhas em que cada um
concorre com base nas sua capacidade e o da cunha política onde os inúteis e
gandulos conseguem bons empregos à custa dos impostos que os primeiros pagam.
Na prática temos dois sistemas de emprego, o IEFP que
oferece subsídios tipo POC e o partido do governo ou da autarquia onde familiares
e correligionários conseguem bons empregos, onde se trabalha pouco e se ganha
muito. O caso de VRSA evidencia claramente esta realidade, já que o atual
presidente da CM foi o chefe do serviço de emprego.
O que oferecia o Araújo no IEFP? Ofertas de empregos com
salário mínimo, os conhecidos POC, estagiários baratos para alguns hotéis locais
e curos de formação, onde empregava amigos como o Rui Setúbal a fazer de
monitores. Compare-se com o que oferece agora.
O Setúbal tem avenças, a Célia Paz entrou par os quadros
através da Odiana, o cunhado é adjunto e pouco se deixa ver durante a manhã, a
cunhada já entrou para os quadros da CM, para referir apenas alguns casos. Isto
é, dantes arranjava os POC e agora os familiares, correligionários e amigos,
todos juntos ganham centenas de milhares de euros, passando a ser uma pequena
burguesia local que nunca esteve tão bem na vida.
Uns estudam e são forçados a sair da terra em busca de um
emprego, outros nem sequer passaram da escolaridade obrigatória e são adjuntos
como o cunhado ou assessores como o famoso neto do Asdrúbal.
Acontece em VRSA o que acontece um pouco por todo o país,
políticos que foram eleitos para servir fazem o inverso e servem-se do poder
para favorecer os seus e gozar com os cidadão sérios e honestos, que com os impostos
que pagam financiam um sistema eticamente corrupto, onde vencem os oportunistas.