PRR DE VRSA, UM CASO DE CORRUPÇÃO POLÍTICA?

 


Se todos os concelhos do país recebessem o equivalente aos 100 milhões de euros, tendo em consideração as respetivas populações, nem todas as verbas do PRR distribuídas por todos os setores de investimento chegariam para cobrir a totalidade do investimento que se destinaria a habitação.

Como se explica que VRSA tenha muito mais verbas do PRR do que o concelho do Porto, onde só no Bairro da Sé há mais problemas do que em todo o nosso concelho? Como se explica que um terço do investimento do PRR no Algarve seja feito em VRSA, um dos seus mais pequenos concelhos e onde o problema da habitação não é tão evidente? Como se explica que o investimento feito em VRSA seja quase tanto como o que será feito no concelho de Lisboa?

Terá sido um milagre? O IHRU não sabe fazer contas e não reparou neste fenómeno do Entroncamento que ocorreu em VRSA? A influência do Araújo era assim tão grande?

Este investimento do PRR em VRSA é muito pouco claro, suscita muitas dúvidas e deveria ser investigado pelas entidades competentes, designadamente, pelo Tribunal de Contas. Há aqui muitas coisas estranhas.

Decidiram dar 100 milhões para o Araújo gastar e quase de um dia para o outro deu-se o milagre dos prédios da Rua de Angola, com os fundos a ganharem fortunas de forma fácil, vendendo a preços de mercado vários prédios cuja venda estava condicionada pelos apoios recebidos para a sua construção.

Choveram cem milhões e até agora nenhum dos investimentos feitos no âmbito do PRR, os prédios da Rua de Angola deram lucros pornográficos aos fundos, o Apartotel do Monte Fino deixou de o ser para ser comprado pelo PRR e com um investidor a abandonar o projeto de forma estranha, no caso do Cine Foz é o que se está a ver. Todos estes negócios suscitam dúvidas e merecem uma investigação.

Haverá alguma relação entre este caso e o dinheiro investido na campanha do Araújo, como se houvesse alguém que queria ter a certeza de que ele seria eleito. De onde veio tanto dinheiro para uma campanha de outdoors caríssima, muito antes da campanha autárquica e ainda antes das eleições presidências?

Como se explica que um PS local e mesmo Algarvio, ambos sem dinheiro, tinham tanto dinheiro para investir no Araújo? E porquê investiram tanto nele e não investiram um tostão noutros concelhos como o de Castro Marim?

Este processo do PRR de Vila Real de Santo António suscita muitas dúvidas e cheira a influências políticas. Não acreditamos que o governo de então estivesse assim tão preocupado com o problema da Habitação em VRSA, para intervirem como se por cá tivesse ocorrido um terramoto de grau 8 na escala de Richter.