25 DE ABRIL NA TERRA DO MEDO

 

 

Quando o LdF apareceu muitos liam os seus posts às escondidas, como se a liberdade de expressão tivesse sido suprimida neste concelho. Quem colocava likes recebia telefonemas da CM ou dos familiares da autarca. Aliás, outros imitaram os métodos eficazes do poder e também começaram a vigiar e pressionar quem fazia comentários. Há mesmo candidatos que chamam pessoas que manifestam simpatias pelo LdF da forca para lhes dizerem que tudo é mentira. 

A verdade incomoda e o pensamento livre incomoda muito mais e todos os que se sentem incomodados têm feito de tudo para silenciar a liberdade de expressão, porque o silêncio, o medo, o desconhecimento favorecem os candidatos com telhados de vidro, aqueles a que alguém designou por “farinha do mesmo saco”. 

Mas como diz António Aleixo numa quadra que nos serve de lema: 

Quem prende a água que corre
é por si próprio enganado;
o ribeirinho não morre,
vai correr por outro lado. 

A repressão promovida por velhacos, ditadores e candidatos a pequenos títeres pode ter silenciado todo um concelho, mas vai para quase quatro anos que não conseguem silenciar este espaço. Sem democracia não há progresso, como vimos há dívida e corrupção e uma crise social permanente, que foi agravada pela pandemia. 

Eles bem gostariam que os vila-realenses ficassem calados e com medo deles, para depois levarem o rebanho com recurso a campanhas riquíssimas e ofensivas para os muitos que passam por dificuldades. Mas não vão conseguir calar a liberdade, mesmo que hoje andem por aí engalanados com vistosos cravos. 

A justiça tardou e ao fim de muitos anos de autoritarismo a corrupção e a incompetência sofreram um rude golpe. Se depois do aparecimento do LdF muita coisa mudou, com a “Operação Triângulo” tudo mudou. Os perseguidores são agora os perseguidos, e os que faziam jogos de bastidores e eram coniventes com o poder são agora os que mais se bateram contra os seus antigos amigos déspotas. 

Cheira a 25 de Abril e a liberdade, mas como sucedeu em 1974 também agora vemos filas à porta dos alfaiates, para mudarem as casacas, os que eram visitados pela São Cabrita para serem convidados para vice-presidentes já são seus firmes denunciadores e os que diziam que na Mão Amiga não havia política e que era uma “obra benfazeja” não tardará a dizer que não sabiam de nada. O maior inimigo da democracia tem sido a corrupção e por isso devemos festejar este cheirinho a alecrim que se sente no ar, como cantou Chico Buarque.

 

Viva o 25 de Abril de 1974
Viva o nosso 25 de Abril que começou no passado dia 13