Pela campanha de outdoors e de cartazes espalhados por todo o concelho, com a apresentação da suposta obra do ex-autarca, fica-se com a impressão de que os vila-realenses deverão ficar eternamente gratos ao presidente do PSD que um dia nos disse que “agora é São”.
A sua campanha merece algumas respostas e até suscita algum humor. Poderia, por exemplo, colocar à porta da sede da empresa das águas um cartaz dizendo “deixei um calote de 15 041 597,40€ à Águas do Algarve” ou junto à entrada da agência local do BCP poderia instalar outro cartaz informado “Aqui deixei um calote 12 197 857,16€ por conta do Complexo desportivo”. Isto só para referir duas das dívidas deixadas pela SGU.
Se dedicasse um cartaz a cada calote não teria mãos a medir e teria de espalhar cartazes um pouco por todo o país e não só, poderia fazer mais uma viagem a Cuba a nossa conta e colocar um cartaz junto ao infantário que construiu na terra do Fidel, despesa absurda que teve o apoio político do seu amigo Álvaro Araújo.
MAS deixemos de lado o lado anedótico das campanhas eleitorais, porque quem vai pagar essa “imensa” obra seremos todos nós e com língua de palmo. Mas o candidato Luís Gomes está a cair num equívoco, porque pelo que fez no seu primeiro mandato já pagamos três vezes nas eleições. O que fez no segundo mandato já pagámos em duas eleições e por conta do que fez nos seus três mandatos impingiu-nos a São Cabrita, a sua protegida.
Portanto, já demos para esse peditório. O Luís Gomes que vai a votos é aquele que foi presidente do PSD de VRSA durante o mandato da autarca que ele escolheu. Faria sentido o Murta candidatar-se e colocar cartazes em metade do investimento feito em saneamento básico, em obras feitas durante o seu mandato como o Complexo desportivo, as piscinas ou a marina?
O que está em avaliação não é o desenho iluminista do concelho, a obra do Graça, do António Zé, do António Murta ou do Luís Gomes, porque para todos esses peditórios já demos. O que vai ser julgado é o mandato da São Cabrita como presidente, do Carlos Barros como presidente da AM, do Luís Romão como vice-presidente, o Matacão e a Sabino, sem nos esquecermos do rebanho de deputados municipais eleitos pelo PSD. A única avaliação a que o Luís Gomes está sujeito é a de presidente do PSD VRSA.