O ESTRANHO NEGÓCIO DO GRAND HOUSE

 


 

No dia 5 de novembro de 2013 a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António faz publicar no Diário da República o anúncio 5422/2013 visando a “seleção de ideias de negócio para a exploração e gestão de um conjunto de imóveis no centro histórico de Vila Real de Santo António dentro do conceito de alojamento a céu aberto”. 

Em 16 de março de 2015 o Conselho de Administração da SGU Sociedade de Gestão Urbana E.M. SA validou a proposta de adjudicação à única empresa que concorreu . O júri propôs que: “se proceda à adjudicação final do procedimento acima identificado, nos termos do projeto de decisão que se junta, devendo posteriormente tal decisão ser comunicada ao concorrente, confirmando-se se mantém válida a proposta apresentada, e, em caso positivo, notificando para prestar a respetiva caução e proceder à entrega de habilitação no prazo de 10 dias, conforme consta dos pontos 27 e 28 doo Programa do Procedimento”.

 


Um concurso muito interessante pois apareceu apenas um concorrente a quem foi entre o Hotel Guadiana, a sede da antiga Alfândega e o bar na praia.  E quem ganhou o concurso? Como se pode ver pelo print do contrato o vencedor foi a empresa Grand Algarve, Lda., anteriormente denominada Luís Miguel Sequeira, Sociedade Unipessoal. Fomos em busca da empresa do Luís Sequeira no Ministério da Justiça e damos com uma coisa engraçada, essa empresa foi constituída em 2 de Dezembro de 2013, isto é o vencedor do concurso, a quem foi entregue um Hotel Guadiana recuperado com fundos públicos, um edifício da Alfândega recuperado com fundos europeus e um bar na foz do Guadiana, foi uma empresa constituída depois da abertura do concurso, com um capital de 10.000 € e aparentemente sem experiência no negócio.

Estranhamente pouco depois, a 13 de Dezembro de 2013, 11 dias depois da fundação a empresa do Luís Sequeira muda de nome para Grand Algarve e passa a ter mais um sócio. A 29 de Julho de 2016 o Luís Sequeira abandona os órgãos sociais. Os sul-africanos aparecem apenas em 9 de Agosto de 2019, já sem o Luís Sequeira, que aparentemente não passou de um testa de ferro. 

Mas os investidores não eram uma empresa sul-africana? O tal Luís Sequeira ainda está no negócio? Foi a ele que venderam o edifício do Hotel Guadiana? Qual o processo de negociação e como foi avaliado o edifício? 




Outra coisa muito estranha é o edifício da Alfândega ainda estar fechado, quando para o local já foram anunciadas suites de luxo e mais tarde um bar com sala de charutos? Este será o segundo “gato” deste negócio, a que voltaremos amanhã. 

PS: Lamentavelmente, desde que este hotel nasceu já ouvimos muitas queixas pró parte dos trabalhadores. Parece que há trabalhadores novamente com salários em atrasos. Ali sofre-se e não se recebem ordenados.