A RESPONSABILIDADE DO FAM [1 de 2]

 

 

Como é possível que apesar das regras apertadas dos poios do FAM a CM tenha piorado sistematicamente a sua situação? Como é possível que uma CM insolvente e tecnicamente falida tenha transferido no ano eleitoral de 2017 mais de 350.000 euros para a Mão Amiga, a IPSS da d.ª Lídia Machado, do Álvaro Araújo e de outras personalidades, montante que aparentemente foi distribuído sob a forma de donativos monetários? Como é que a primeira grande decisão da São Cabrita em 2017 tenha sido mais contratos com o escritório de Morais Sarmento no montante de quase meio milhão de euros? Como é possível que o FAM tenha desenhado um plano de recuperação financeira ignorando essa empresa de bandalhice financeira, a SGU, cuja divida era tão grande como a da CM? 

O FAM deveria ser chamado a dar algumas explicações já que não se entende como é que sob a sua vigilância a situação financeira da CM. Dá vontade de rir ver o FAM sugerir que a falência da SGU terá sido “surpresa”, que havia uma gaveta com 9 milhões de faturas não registradas. Dá vontade de chorar ver o FAM acusar a CM de não cumprir a lei da contratação pública e só 3 anos depois a autarca ter sido chamada à responsabilidade. O FAM comunicou as irregularidades ao MP? 

A relação da autarca com o FAM teve um momento que diz muito sobre o respeito que a então autarca tinha pelos seus responsáveis. Foi quando em plena sessão de câmara se referiu aos responsáveis do FAM de forma jocosa, designando-os por “esses senhores do FAM” e acusando-os de estarem a tentar prejudicar VRSA pressionados pelo “António Costa”. O que fizeram esses senhores do FAM perante tão graves acusações a eles próprios e ao primeiro-ministro? Comeram e calaram. 

Se o FAM tivesse sido rigoroso na vigilância dos autarcas de VRSA a situação atual do Município seria muito melhor. Não só não teriam ignorado que a SGU era um gigantesco buraco financeiro, como não teriam permitido a bandalhice financeira no ano eleitoral de 2017. “Esses senhores do FAM” têm grandes responsabilidades na situação financeira e em condições normais teriam sido demitidos.