Este post foi publicado no passado dia 7 de outubro de 2020. Voltamos a publicá-lo para melhor se entender o que aconteceu ontem.
Todos sabemos dos grandes sucessos da família Cabrita em matérias de negócios imobiliários, o que não sabíamos era do jeito da São para estes negócios. Para já e tanto quanto sabemos está metida num grande imbróglio e corre mesmo um sério risco de vir a sofrer acusações na justiça, já que nisto de negócios imobiliários é preciso ter algum cuidado com as artimanhas.
O último anel que a CM ainda tinha nos dedos é o terreno sito em frente ao Hotel Vasco da Gama. Trata-se de um terreno que no passado foi doado à CM pelos donos do hotel Vasco da Gama, para que aí fosse instalado um parque infantil, destino que até hoje foi ignorado.
Já tinham sido lançadas por Luís Gomes várias hastas públicas, mas ficaram todas desertas, entretanto a São voltou a colocar o terreno em hasta pública e, como era de esperar, também ficou deserta. Se nenhum candidato se “chegou à frente” não foi por causa do preço, já que a avaliação corresponderia ao valor de mercado. O problema é que ao informarem-se melhor sobre o terreno, os potenciais interessados ficavam a saber da existência de um litígio e, naturalmente, ninguém está interessado em comprar um terreno e depois ver-se metido num contencioso judicial e impedido de o utilizar.
O curioso é que falhada a hasta pública a São já tinha um interessado numa adjudicação direta. Foi tiro e queda, a Assembleia Municipal aprovou a adjudicação e tudo se resolveu num instante, o terreno foi vendido a preço de saldo. Ao contrário do que constou a venda não foi à ESSE, mas sim a outra empresa, a que nos referiremos noutro post.
O problema é que a São vendeu o que lhe pertencia e o que não lhe pertencia, já que vendeu o que pertencia à CM e mais 560 metros quadrados que pertenciam a outra entidade. E não foi por descuido ou desconhecimento, numa reunião com o proprietário realizada em 8 de fevereiro passado, em que para além do proprietário dos terrenos estavam presentes o senhor António Palermo e a Dra Hélia, dos serviços jurídicos a autarca assumiu saber da situação e até estabelecer um acordo verbal com o proprietário, nos termos do qual vendia e pagava a parte que não pertencia à CM.
Foi uma reunião interessante, onde a presidente passou quase todo o tempo a fazer acusações ao seu antecessor, acabando por aceitar a razão do proprietário. Todavia, apesar dessa reunião preferiu avançar com a venda como se o terreno pertencesse todo ao Município. Porquê? Porque estava pressionada a vender pelo próprio FAM, já que essa venda era uma das condições para que a revisão do PAM fosse aprovada.
Terá informado “esses senhores do FAM” do imbróglio em que está metida, ou mesmo ao “contabilista de Borba” para parafrasear a própria presidente que se referiu nestes termos ao avençado que a ajuda a fazer os relatórios para o FAM? Duvidamos, mas mesmo que o tenha feito, o assunto vai andar escondido nos tribunais durante muito tempo e quando se resolver “esses senhores do FAM” vão dizer que foi mais um dos muitos imprevistos.
Sobre este negócio temos muito mais para contar, da mesma forma que temos muito a dizer ao acordo que a São aprovou para tapar o buraco deixado pela SGU, outro grande imprevisto, segundo “esses senhores do FAM”.