O PROBLEMA DO LIXO




A higiene e salubridade públicas é competência exclusiva dos municípios e deve ser uma das suas grandes prioridades. E, se em condições normais, essa é uma prioridade, no concelho de Vila Real de Santo António sê-lo-á ainda mais, porque se trata de um grave problema.

Em Portugal os concelhos investiram muito neste setor, foram modernizados os sistemas de recolha de lixo, acabaram as lixeiras a céu aberto, e, regra, o padrão dos nossos centros urbanos melhorou substancialmente.

Ao longo dos anos VRSA superou dois grandes problemas ambientais, o fim do despejo de esgotos para o Guadiana (da quase totalidade). E o encerramento da lixeira a céu aberto, que se localizava no Sapal, em frente a Ayamonte. Todavia, no que se refere à recolha de lixo e à limpeza urbana a situação é grave e não só pouco se tem feito para resolver, como tem vindo a agravar-se nos últimos anos e, apesar, de o atual executivo autárquico ter renovado o contrato com A ECOAMBIENTE, passando a pagar mais algumas dezenas de milhares de euros por mês, a verdade é que estamos em julho e a perceção que temos é que a sujidade, o lixo por recolher, as ervas nos espaços urbanos e o lixo espalhados pelas ruas é cada vez maior.

Lava-se muito bem a Rua Teófilo de Braga, mas na maioria das ruas do concelho nunca são varridas e muito menos lavadas, as ervas crescem por todo o lado e só o vento faz de vassoura, entulhando as sarjetas que ficam entupidas, dando lugar a inundações sucessivas com as primeiras chuvas de outono como, se tem registado nos últimos três anos.

Aquilo que se passa no nosso concelho é vergonhoso, o seu padrão de higiene é medieval e podemos mesmo dizer que o nosso concelho é um dos que apresenta os piores padrões de higiene pública do país, senão mesmo um dos piores. Infelizmente não é só neste capítulo que estamos mal, o mesmo sucede com outros indicadores, seja no plano social ou no das escolas, onde o ensino secundário está quase no fim da tabela no ranking dos exames.

E o que fez o atual executivo autárquico neste setor?

O atual presidente declarou durante a sua campanha que iria analisar o contrato com a ECOAMBIENTE. Posteriormente declarou que o contrato era tão bom que deveria ser mantido. Só que foi a ECOAMBIENTE que quando terminou o contrato decidiu não o renovar.

E o que fez o atual autarca? Em vez de estudar uma alternativa pediu à ECOAMBIENTE que se mantivesse e para que tal sucedesse passou a pagar muito mais todos os meses do que pagava. As velhas promessas de que seria o Município a assegurar a recolha de lixo foram rapidamente esquecidas.

Porquê?

Porque as prioridades do nosso senhor presidente eram outras, se voltasse a contratar trabalhadores para a recolha de lixo não poderia meter todos os familiares e amigos dos que ganharam as eleições a trabalhar nos quadros na CM. EM vez de contratar gente para cumprir com as obrigações básicas do Município o nosso senhor presidente preferiu meter os cunhados na CM, empregar apoiantes, comprar eleitos por outra listas. Em vez de contratar gente para limpar o concelho ou para assegurar a manutenção de equipamentos públicos o nosso senhor presidente preferiu contratar assessores de empresas, gente para lhe escrever os discursos, para lhe fazer vídeos, para lhe manter as páginas no Facebook, para o ajudar a colocar artigos no JN ou a aparecer nas televisões na sua luta contra o antecessor.

Em vez de limpar o concelho prefere limpar e abrilhantar a sua imagem, em vez de reparar os equipamentos, prefere andar a reparar as consequências na sua imagem da sua própria incompetência.

Se em vez de investir em festas e noutras das suas prioridades tivesse investido em equipamentos, se em vez de investir em familiares, camaradas, amigos e bandeados tivesse investido na recolha de lixo, ou se em vez de colocar gente da sua confiança dentro de cada gabinete da CM tivesse colocado gente a fiscalizar os problemas do concelho, a terra estaria limpa.

Assim, o autarca sente-se muito limpinho e brilhante, mas o concelho está uma vergonha, com o Araújo vai ganhar o prémio do concelho mais emporcalhado do país. No fim do mandato faremos as contas aos gastos desta equipa, incluindo os seus muitos almoços pagos em restaurantes locais e veremos onde foi gasto e onde deveria ter sido gasto o dinheiro.