A ARTE DE BEM TRAMAR QUALQUER SÃO



Não é por mero acaso que a história exibe uma longa lista de autocratas que para assegurarem que não lhes tirariam o poder "limparam o sebo"  aos mais próximos, os imperadores chineses mandavam matar os familiares, os imperadores romanos matavam familiares e senadores ou generais bem sucedidos, o Hitler mandou matar os responsáveis das SA e o Estaline mandava matar tudo o que se mexia. O passado mostra que na maior parte das vezes o inimigo está dentro de casa no sentido em que são sempre os que mais se dizem fieis apoiantes. A humanidade tem os seus defeitos genéticos e há certamente um gene que justifica a capacidade de alguns para se bandearem, uma grande tendência para não se entenderem com o forro da casaca, levando-os a passar a vida no alfaiate.

Todos sabíamos que no "agora é são" faltava uma pequena palavra e que dever-se ia ler "por agora é São", o que não sabíamos era como e quando se daria a cambalhota. A atual equipa é como o compadre que foi dar uma volta num avião de acrobacias, quando aterrou comentou para o piloto que o questionara sobre a experiência. Explicou que sabia quando o avião fosse para cima fazia xixi nas calças, quando descesse não se aguentaria e faria cocó, o que não sabia é que depois o avião daria uma volta e tudo lhe iria para cima da cabeça.

Todos sabíamos que a São Cabrita iria gerir a autarquia durante a sabática forçada do Luís Gomes e que este voltaria para o cargo que julga ser seu vitalício por direito divino. E a própria São também ao que ia, mesmo que descesse teria um lugar no executivo do Luís Gomes para se reformar sem ter de regressar à escola. Perante a pressão e face aos problemas depressa a São deu sinais de mudança de estratégia, a família queixou-se publicamente de uma "herança envenenada", a própria autarca passou a sugerir que todos os males eram responsabilidades do anterior executivo.

Ainda assim, isso não foi suficiente para acender as luzes vermelhas. Mas quando os seus fiéis apoiantes convocaram um jantar de apoio no Sem Espinhas, onde pontuaram algumas personagens gradas do regime e até da oposição, as coisas começaram a dar mostras de nervosismo. Mas a situação política do regime está cada vez mais complicada e só sabe Deus porquê, o executivo teve oposição.

Aqueles que se bandearam do lado do Luís Gomes para passarem a adoçar a alma da São com as suas obras primas da confeitaria mostram agora nervosismo. Se dantes alguém denunciava o que quer que fosse exigiam que revelassem as identidades, não importava que a terra ficasse submersa de fixo, que as obras de Monte Gordo ficassem empechadas, que as infraestruturas da Praia dos Três Pauzinhos ficassem por concluir, a estratégia era calar que criticasse a autarquia, até que mesmo falido o Município ainda arranjou meio milhão de euros para os serviços prestados por Morais Sarmento no ano seguinte.

A estratégia é antiga, vários políticos portugueses, desde a Sócrates a Alberto João, perseguiram ativamente opositores usando os dinheiros públicos para pagar processos judiciais. EM VRSA várias vozes críticas foram vítimas deste expediente. O ridículos é que quando um falso perfil queimou a São elogiado o Largo da Forca, aqueles que exigiram ver caras apressaram-se a colocar likes sem questionar identidades.

Aqueles que se desdobravam em bajulações aos autarcas que arruinaram o concelho, são agora os primeiros a procurar no Facebook posts que possam partilhar para queimar a São Cabrita. Percebe-se a manobra e sabe-se que é o ventríloquo ou o artista das marionetas, primeiro queima-se a São, depois veremos quem se candidata para assegurar que os arquivos ficam bem fechados  e que mesmo falido o município continue a fazer compras generosas sem qualquer consulta.

Nem nós que somos, sempre fomos e nunca traíamos os nossos pensávamos vi a assistir a este espetáculo deprimente e degradante. Mas estamos cá para fazer oposição criticando as medidas na convicção de que em VRSA há gente honesta e capaz para acabar com um ciclo negro que vai em mais de uma década, durante o qual muitos enriqueceram ao mesmo tempo que o concelho ficou falido, empobreceu e entrou em depressão crónica.