LARGO DA FORCA
Não, o mar não voltou a invadir o areal que denuncia a sua presença no passado, as ondas de levante não rebentam junto à praça indo a espuma até ao Largo da Força, aliás, se isso sucedesse a esta hora já a nossa São Cabrita se imaginaria a tirar uma selfie ao lado de Garrett McNamara, à semelhança do que fez com o Nelson Évora. A notícia aparecia no site do município e não faltaria quem achasse espetacular, esperando a chegada de aviões cheios de comedores de bacalhau à Brás, que depois iriam fazer a digestão no teleférico para Ayamonte, onde iriam comprar matacões.
Quem visita a página da autarquia ou os Facebooks da São Cabrita ou da câmara, páginas que são clones umas das outras, pensa que está a visitar uma página de um surfista. Temos uma autarquia que não faz nada, que fecha pela calada a empresa que usou para gastar à tripa forra para agora termos aquele belo jardim de Monte Gordo, um repuxo sem água e a Praia dos Três Pauzinho sem água, luz e esgotos, mas nas suas páginas de propaganda passa a ideia de uma autarca dinâmica à frente da Câmara Municipal do País das Maravilhas.
Não perde uma boleia-para fazer propaganda da sua própria personagem, o ministro da Defesa vem ao Algarve assinar um protocolo com todos os municípios e ficamos a pensar que a ideia da educação mais inclusiva foi da nossa autarca, de seguida inteirou-se de um projeto escolar e aparece ao lado do secretário de Estado da Modernização Administrativa. A senhora que andou a raspar o fundo ao tacho para pagar os outdoors da EN125, promovendo uma campanha desonesta contra o governo, não perde uma oportunidade para se fazer fotografar ao lado de ministros e secretários de Estado.
O Correio da Manhã dá conta de um investimento privado na freguesia de VN de Cacela e a senhora presidente não perde tempo, dá conta da notícia e dá a entender que tudo se deve ao seu dinamismo, Foi ela que tudo fez para que o investimento fosse feito, tudo se deve à sua brilhante estratégia de atração dos investidores. Aliás, os investidores fazem disputam os terrenos em frente à marginal de Monte Gordo para que os seus hotéis desfrutem da vista do seu jardim, acotovelam-se para instalar restaurantes na Praia dos Três Pauzinhos invadem a sede com máquinas pesadas para construir os empreendimentos junto da muralha.
Enquanto o concelho se desmorona, entra em depressão, empobrece e vê partir a juventude a autarca passa a imagem de que preside à CM do País das Maravilhas, uma autarquia onde só há emprego, riqueza, investimento, onde o dinheiro sobra e os mais devotos até propõem a construção de um teleférico sobre o Guadiana. Chega de mentiras, de desenhos bonitos, está na hora de assumirem as responsabilidades, todas as responsabilidades, pelo que fizeram a Vila Real de Santo António.
