DEBAIXO DAS BARBAS DO FAM - CASO III



Este caso chega a ser hilariante e se não vivêssemos num concelho deprimido, empobrecido e em decadência por culpa da irresponsabilidade, incompetência e sabe Deus que mais, até mereceria uma sonora gargalhada. Mas tratando-se de uma empresa municipal falida e à beira da liquidação e sabendo-se que se trata de dinheiro que o FAM emprestou para ajudar a autarquia em vez de vontade de rir sentimos raiva. Uma raiva dupla, pela forma duvidosa e escandalosa como se gasta o dinheiro e porque temos a impressão de que o FAM nada faz, no pressuposto de que mais tarde ou mais cedo serão os vila-realenses a pagar a dívida com língua de palmo.

Antes de mais, uma pequena explicação sobe a empresa envolvida no negócio, a Wonderlevel de um tal Luís Bernardo, o atual homem da comunicação do SLB. A Wonderlevel é uma empresa criada pelo Luís Bernardo nos tempos em que era o homem da imagem do então primeiro-ministro José Sócrates, criou a empresa para fazer as encomendas, a mais famosa das quais foi a organização da cerimónia de apresentação do computador Magalhães. Na ocasião o país divertiu-se quando soube que as crianças que estavam na sala de uma suposta escola tinham sido selecionadas através de um casting organizado pela Wonderlevel.

Mais uma vez a CM cruza-se com ente de Sócrates, já tinha sucedido com a Oberdrecht, com a Ana Paula Vitorino, com o próprio Sócrates e agora com o Bernardo Silva, sinal que nisto da política quando o que está em causa é ganahr uns cobres há solidariedades e lealdades mais fortes do que as partidárias. 

Vejamos então o belo negócio que a SGU fez com a Wonderlevel, graças à generosidade “destes senhores do FAM” que mandam “pilim” para nos ajudar. Dois dias depois de ser aprovado o Plano de Atividades e Orçamento para 2019, onde a empresa é praticamente declarada falida e quando a presidente da autarquia já assumiu que estava em fase de “internalização”, a SGU assina com a Wonderlevel  o Contrato de Prestação de Serviços n.º 10/2018. Como de costume, tratou-se de uma adjudicação direta, uma decisão do Administrador Delegado Pedro Tiago Finote Pires, um homem muito rápido a fazer compras, já que parece poupar muito tempo em concursos...

E o que compraram à Wonderlevel? A SGU falida e que muito provavelmente só durará até ao final do primeiro semestre contrataram a Wonderlevel para que esta a “prestação de serviços de comunicação estratégica de comunicação de VRSA”! O que é que uma empresa falida e uma autarquia desorientada tem de tão importante para comunicar? Por aquilo que temos vistos só fase for para anunciar a liquidação da SGGU, parta ajudar a São Cabrita a não colocar likes no Largo da Forca ou para escrever os comunicados da presidente da autarquia a pedir desculpa ao FAM!

É evidente que só com muita imaginação alguém acredita que vai ser feito um plano de comunicação se isso for verdade apetece perguntar para o que é que contrataram o Tiago. Este contrato tem muito de duvidoso e um dia destes iremos saber que negócio foi este, ainda que já tenhamos algumas pistas. E lá voaram mais 22.140€ na terra onde se mandam os estudantes pedri a Catsro Marim, onde os pescadores precisam de um trator para puxar os barcos para terra e a CM não apoia, ou onde o repuxo não é reparado vai para anos, só para dar alguns exemplos.

Nos tempos de Santo António de Arenilha o padre vinha de Isla Cristina dar missa À nossa terra. Agora parece que não faltam padres, até sobrou um para ir fazer as homilias na Assembleia Municipal onde parece querer condenar a oposição ao purgatório. MAS talvez não fosse má ideia se alguém desse um pulo a Aiamonte ou a Isla Cristina, pode ser que eles tenham, alguns magistrados para a troca, trazemos magistrados e mandamos alguns confrades para lá.


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ANEXO
Contrato de Prestação de Serviços n.º 10/2018, com a Wonderlevel