A teia de influências conseguida a partir da autarquia de Vila Real de Santo António não se limitou ao PSD, Luís Gomes foi suficientemente inteligente para estender a sua influência em todos os partidos. As conexões com o PS e, em particular com setores próximos de Sócrates, são mais do que óbvias, mas também se pode gabar de ser um dos poucos senão mesmo o único autarca português que mereceu uma viagem de despedida por parte de um embaixador de Cuba.
Ainda recentemente, quando incomodado por uma notícia do Público da autoria de António Cerejo, o agora felizardo secretário de Estado das Pescas escreveu uma carta de resposta onde dizia algo inacreditável num líder do Partido Socialista: “Estamos perante um ajuste de contas do dr. Rui Setúbal contra o dr. Luís Gomes, na sequência de disputa eleitoral.” Isto é, para se defender tenta amesquinhar um camarada do seu partido, pondo em evidência o ex-presidente da autarquia de VRSA.
É bom recordar que depois de ter sido derrotado nas autárquicas José Apolinário foi promovido a presidente da Docapesca por Passos Coelho, o ex-primeiro-ministro que passava férias no concelho, que antes de chegar ao poder era diretor financeiro do grupo a que pertence a AQUAPOR. Seria de estranhar este momento de Bloco Central do governo de Passos Coelho, uma exceção à regra em matéria de escolhas.
Só que a DOCAPESCA não é uma empresa qualquer, é o maior proprietário imobiliário do país e tem sob a sua tutela milhares de hectares dos terrenos mais valiosos de muitas cidades do país e, em especial, nas cidades do litoral algarvio, a começar por Vila Real de Santo António. Na nossa cidade os terrenos mais valiosos que estão por urbanizar são os que se situam junto ao rio entre a doca e a Alfândega e os que se situam desde o Lazareto à foz do rio. Por exemplo, a cedência do Beach Club aos concessionários do Hotel Guadiana passou pela DOCAPESCA, que era a proprietária do local.
A notícia do Público referia um estudo sem qualidade generosamente pago a Ana Paula Vitorino, agora ministra do Mar, uma amiga de Luís Gomes e que tinha sido secretária de Estado no governo de Sócrates, um político cuja sombra paira sobre a VRSA de Luís Gomes. Curiosamente, pouco tempo depois desta notícia veio a público o abandono do mega projeto para a zona da Muralha, um projeto dos tempos em que Luís Gomes estava na autarquia e o Apolinário na DOCAPESCA.
Estas conexões de Luís Gomes mostra como a liderança da autarquia teve apoios bem fortes em altas personalidades do PS, onde nem são esquecidos estudos mais do que duvidosos. Não admira que a ministra venha a Faro elogiar o Luís Gomes e este, depois de ter deixado a marginal de VRSA numa miséria, consiga ter negócios com Faro, uma autarquia do PSD, ao mesmo tempo que também o consegue em Olhão, uma autarquia do PS.
Em plena campanha autárquica a autarquia recebeu governantes, a DOCAPESCA deu uma preciosa ajuda ao Grand House com a borla do Beach Club e se as coisas tivessem corrido bem hoje toda a zona da Muralha até à doca estaria por conta de gente que negociou nos tempos do Apolinário e do Luís Gomes, aliás, uma empresa internacional de reputação muito duvidosa, que foi apanhada na teia dos Panama Papers.
As conexões de Luís Gomes nesta área política não se limitam à ministra do Mar e ao seu secretário de Estado das Pescas, que tutela a preciosa DOCAPESCA depois de ter sido o seu presidente. São mais do evidentes as ligações de Luís Gomes a gente da área de Sócrates desde o tempo em que este eram primeiro-ministro. Mas isso será o tema do próximo post dedicado a este tema.
Note-se que enquanto presidente da distrital do PSD do Algarve Luís Gomes foi uma espécie de vice-rei do Algarve e a sua proximidade ao então primeiro-ministro ou ao advogado-político Morais Sarmento permitiam-lhe ter influência na escolha de dirigentes e chefias de muitos serviços públicos regionais, desde a APA do Algarve aos dirigentes locais de serviços como o Instituto de Emprego e outros. Isso explica muitos fenómenos estranhos a que tivemos a oportunidade de assistir.
[continua]
Em plena campanha autárquica a autarquia recebeu governantes, a DOCAPESCA deu uma preciosa ajuda ao Grand House com a borla do Beach Club e se as coisas tivessem corrido bem hoje toda a zona da Muralha até à doca estaria por conta de gente que negociou nos tempos do Apolinário e do Luís Gomes, aliás, uma empresa internacional de reputação muito duvidosa, que foi apanhada na teia dos Panama Papers.
As conexões de Luís Gomes nesta área política não se limitam à ministra do Mar e ao seu secretário de Estado das Pescas, que tutela a preciosa DOCAPESCA depois de ter sido o seu presidente. São mais do evidentes as ligações de Luís Gomes a gente da área de Sócrates desde o tempo em que este eram primeiro-ministro. Mas isso será o tema do próximo post dedicado a este tema.
Note-se que enquanto presidente da distrital do PSD do Algarve Luís Gomes foi uma espécie de vice-rei do Algarve e a sua proximidade ao então primeiro-ministro ou ao advogado-político Morais Sarmento permitiam-lhe ter influência na escolha de dirigentes e chefias de muitos serviços públicos regionais, desde a APA do Algarve aos dirigentes locais de serviços como o Instituto de Emprego e outros. Isso explica muitos fenómenos estranhos a que tivemos a oportunidade de assistir.
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