O POLÍGRAFO DO LARGO DA FORCA: JARDIM DE MONTE GORDO



No passado dia 15 de fevereiro a equipa que preside aos destinos da nossa autarquia fez uma visita ao estilo de Marquês de Pombal à marginal de Monte Gordo, transformada graças à brilhante gestão camarária Noam espécie de jardim de Aleppo. Questionada por cidadãos a nossa autarca assegurou que as obras de recuperação do jardim iniciar-se-iam em março. 

Ficámos contentes, do mal o menos, teríamos uma marginal com um mínimo de apresentação antes do início da época balnear, os turistas não poderiam dizer que estes vila-realenses não eram capazes de fazer um jardim. Mais contentes ficámos quando a autarca confirmou o timiing numa reunião camarária, dizendo que só começariam em março devido a problemas burocráticos que tinham que ver com a empreitada.

Chegados a abril o que dirá o polígrafo das declarações da autarca? Que foram mentira, já que o aparelho não é dado a diplomacias e não usa expressões como “faltou à verdade”.

Mas qualquer um pode mentir, até porque estando em causa obras há sempre alguma coisa que pode falhar, um equipamento que se avaria, um problema associado a uma qualquer licença, um qualquer incidente pode levar a atrasos nas obras, isso é algo que pode suceder mesmo numa pequena reparação doméstica, quanto mais numa obra pública de maior dimensão.

Só que neste caso há um sério risco de a autarca não só ter enganado um cidadão que a questionou sobre o assunto em Monte Gordo, como o pode ter feito a todos os vila-realenses, quando o declarou sem reunião da Câmara Municipal. No seu discurso há sinais de incoerências, ao começar pela referência a uma empreitada cujo lançamento todos desconhecemos, ninguém viu o concurso ou qualquer sinal da adjudicação.

As sucessivas referências à APA, instituição a que a autarca já recorreu para dar credibilidade às suas declarações, revelam algo de errado. Começou por referir que se esperava um parecer, assegurou que ia falar com o presidente da APA e acabou por admitir que provavelmente teria de demolir os quiosques onde gastou muito dinheiro e um ano. São sinais de um discurso incoerente, que parece querer esconder informações que deveriam ser do conhecimento público.

A presidente mentiu? Cada um que tire as suas conclusões, por nós esperaremos que neste como noutros temas prove que falou verdade aos vila-realenses, porque de buracos já nos basta o das contas, ao menos que se evite um buraco negro na verdade.