Parece que na última reunião do executivo camarário a presidente
da autarquia fez algumas afirmações que merecem alguma apreciação e já que
parece que ninguém da oposição fica muito incomodado com os disparates
presidenciais, achamos por bem prestar aqui alguns esclarecimentos.
O RELATÓRIO DA IGF RELATIVO AO PAEL ESTÁ SOB SEGREDO DE
JUSTIÇA?
Incomodada pelas perguntas feitas a propósito daquele
relatório a presidente da autarquia esquivou-se a responder invocando que o mesmo,
por ter sido remetido para o Ministério Público junto do Ministério Público
está sob segredo de justiça. Não é a primeira vez que a autarca recorre a este
tipo de expediente para não dar respostas, é frequente, por exemplo, invocar a
proteção de dados para proteger a
opacidade em torno da sua gestão.
Estamos perante um disparate, ainda que a IGF ainda não
tenha tornado público este relatório, a verdade é que ao comunicá-lo à
autarquia, instruindo esta no sentido de dar conhecimento deste a todos os
membros do órgão executivo da CM e à assembleia Municipal, está protegendo tudo
menos o segredo de justiça.
Desafiamos a senhora presidente a tornar público o
dispositivo legal que determina que este relatório esteja ao abrigo do segredo
de justiça. Se assim fosse o mesmo nunca poderia ser discutido na Assembleia Municipal.
A PRESIDENTE DA AUTARQUIA NÃO GASTOU DINHEIRO COM ADVOGADOS?
Parece que durante a apresentação das contas de 2018 a
presidente da autarquia se gabou de neste ano ter gasto menos dinheiro com
advogados do que no ano anterior. Certamente estava de muito bom humor, coisa
rara nos últimos tempos. Decidindo brincar com todos os vila-realenses.
Nos finais de 2017, já com a autarca no pleno exercício das suas funções, afez uma batelada de adjudicações diretas a favor do escritório de advogados de Morais Sarmento na ordem dos 527.524,25€ (com IVA incluído), uma verdadeira fortuna, fazendo de um concelho arruinado o mais rico do país a pagar a advogados, neste caso a um único advogado que, coincidências das coincidências, é vice-presidente do PSD e homem de grande influencias nos corredores da capital:
Todas as adjudicações referem-se a prestações de serviços a realizar durante 2018, o tal ano de que a autarca se gaba de não ter gasto muito dinheiro com advogados!
A DÍVIDA DIMINUIU?
EM mais um momento de autoelogio a presidente gabou-se de ter aumentado a dívida em montante inferior ao de 2018, isto é, sugeriu que era mais competente e rigorosa do que o que liderou a equipa na qual ela era uma leal colaboradora e número dois daquele de que se tem fartado de dizer ter sido uma colaboradora orgulhosa.
Isto é, numa autarquia falida a autarca gaba-se de ter aumentado ainda mais a dívida! Mas pior, esquece-se de dizer que a dívida contabilística pode ser muito inferior à dívida real e que se não foi maior foi mais em resultado de receitas extraordinárias do que do corte da despesa. A verdade é que só no negócio das águas a autarca mandou mais de 20 milhões de dívida para debaixo dos tapetes dos tribunais.
CONCLUSÃO
Viva a nossa presidente, o que seria de nós, da autarquia e do concelho sem a sua competência, transparência argumentativa e jeito para gerir os nossos destinos?
Viva a nossa presidente, o que seria de nós, da autarquia e do concelho sem a sua competência, transparência argumentativa e jeito para gerir os nossos destinos?