A ESTRATÉGIA DO SILENCIAMENTO

 


 

Em VRSA não havia crítica pública à autarquia, quem o fazia nas redes sociais recebia mensagens ameaçadoras e até telefonemas via Facebook. A intenção era silenciar qualquer manifestação de oposição, bastava um like num comentário crítico para desencadear a pressão. Era frequente desaparecerem posts nas redes sociais. 

Havia muita gente a para vigiar as redes sociais, ao ponto de até se identificar quem colocava likes. Pareciam ser agentes da PIDE a vasculhar a vida das pessoas. A estratégia era tão eficaz que os que agora querem ser donos da “manjedoura” autárquica, copiaram os métodos. Recebem-se telefonemas, fazem-se ofertas, chamam-se pessoas ao gabinete, vale tudo para silenciar as críticas. 

Recentemente uma comerciante ambulante de Monte Gordo queixou-se de uma festa realizada no Muxama. Não tardou muito tempo para que o vídeo que colocou no Facebook tenha sido eliminado. 

Há algum tempo alguém com responsabilidades partidárias denunciou o comportamento de um dos candidatos autárquicos, numa reunião realizada em tempos com a presença da ex-presidente da CM e da dirigente da Mão Amiga. Desta vez não lhes passou pela cabeça tentar silenciar o post, optaram por fazer acusações difamatória junto de dirigentes partidários. 

Agora foi alguém que fez graves acusações a um candidato de que era apoiante, as acusações eram tão graves que mereciam ser investigadas, esperando-se que esse candidato as denunciasse. Mas a resposta não foi essa, em vez disso assistimos a troca de comentários envolvendo familiares do candidato. Se a São tinha o mano e o Cunha, esse candidato tem a família do cunhado, bem como os primos de Viana. 

Vale tudo para silenciar quem ouse criticá-los, vales fotografar pessoas e carros às escondidas, procurar endereços de residência e fazê-los chegar a outros candidatos, na esperança de alguém ter jagunços ou tonton macoutes para perseguir quem os incomoda. Ao lado deles o Marcelo Caetano era um democrata exemplar, esta gente faz lembrar mais o Baby Doc, o ditador burro irracional do Haiti. 

Ter acesso à gestão dos dinheiros camarários está a levar muita gente ao disparate, se dantes se tinha medo de um dos partidos, agora tem-se medo dos dirigentes de dois partidos, já que o segundo em nada parece diferir do primeiro. 

Não sei se os falecidos têm sentimentos, mas se assim for tanto Sá Carneiro como Mário Soares deverão estar a sentir muita vergonha dos responsáveis locais dos seus partidos. Aquilo a que estamos a assistir é uma vergonha.