Encontrar 80 pessoas que ofereçam o nome à candidatura de um partido que viu a sua autarca ser levada para Évora sob detenção não deve ser fácil, por isso aceitar ser candidato numa lista que inevitavelmente está associada à ruína e má imagem do concelho é um gesto que envolve alguma coragem. Enfim, uma coragem estimulada por rebuçados, já que consta que não faltam promessas de carreiras brilhante s outras mordomias por conta da mina de ouro que o candidato vai encontrar.
E se o candidato do PSD vende certezas de vitória, o
candidato resultante da união familiar da família Setúbal (que entre a filha
vereadora e o pai chefe de gabinete esperam abichar mais quase 4.000€ líquidos
para o orçamento familiar) e os Araújos de Viana do Castelo, não fica atrás.
Arranja candidatos com o argumento de que vai ter a maioria absoluta e deve
andar por aí muito boa gente a sonhar com a qualidade de vida que vão ter. Nem
sequer hesitam em aceitar um convite de uma candidatura num dia, para no dia seguinte
se bandearem.
Estamos perante candidatos crentes de que vão subir na vida, pelo que na noite de 26 de Setembro vão ser muitos os que chorarão os quase 4.000€ euros mensais que não vão abichar, os altos cargos que não vão ter ou as promoções que não vão receber. Porque aquilo que se passa na luta dos dois partidos do sistema para que os seus clãs sobrevivam à custa do dinheiro que o Município não tem já ultrapassa os limites da pouca vergonha.
A todos os que se candidatam ao lado de alguém que ajudou a transformar o concelho numa Poclândia e que defende que a São é uma santa e merece uma estátua ao pelourinho, bem como aos que acham que o candidato do PSD é o alquimista que transforma as suas dívidas em ouro damos os nossos parabéns, o seu gesto de coragem e de crença no seu futuro radioso é um verdadeiro ato de coragem.