O FIM DE UM DOGMA

 



Havia quem garantisse até há algum tempo que a justiça portuguesa não detinha personalidades suspeitas de terem cometido crimes, antes que terminassem os seus mandatos em instituições políticas ou desportivas. Mesmo respeitando o princípio da presunção da inocência, casos como a Operação Triângulo ou Cartão Vermelho mostram que esse dogma morreu. 

É bom que os políticos percebam que não é forçando a sua continuidade em cargos políticos que asseguram a a continuação de uma imunidade que a lei não previa ou que estejam autorizados a abusar dos cargos políticos, desportivos ou quaisquer outros que desempenha. È bom, porque assim se defende o princípio da igualdade, é bom porque o povo tem mais razões para confiar na justiça e nademocracia. 

Situações como a de VRSA em que a democracia foi deturpada por pequenos favores, POCS, donativos monetários, idas a Cuba, facilidades na concessão de licenças, promessas de promoção, ganhos salariais injustificados, assessorias e muitos outros truques para se conseguirem maiorias eleitorais, são inaceitáveis. 

Mas não nos basta esperar na justiça. Não faz sentido festejarmos daqui a alguns anos porque a justiça prendeu o autarca ou o presidente do clube que nós próprios, fazendo de conta que éramos “ceguinhos” ajudámos a eleger. A corrupção corta-se pela raiz e devemos desconfiar e banir aqueles que exibem fortunas parta campanhas eleitorais, que oferecem prendas futuras a troco de votos, apoios ou participação em lista, é preferível não elegermos corruptos a termos o trabalho de os derrubar depois.