ACUSAÇÃO MUITO GRAVE


 

Há poucos dias uma personalidade política local tornou públicas declarações do candidato Álvaro Araújo durante uma reunião oficial, em que esteve presente como responsável do centro local do IEFP, onde estiveram também presentes a responsável pela Mão Amiga, Dona Lídia Machado, bem como a ex-autarca local, entretanto caída em desgraça. 

Entre ameaças aos POC de que lhes tirariam ele próprios os subsídios já concedidos, se se excedessem nas críticas às duas senhoras, porque os subsídios seriam pagos sistematicamente em atraso, o chefe do IEFP afirmava que as duas senhoras eram umas santas e que até mereciam uma estátua ao lado do pelourinho. 

Sabe-se também que o chefe do IEFP era membro da Mão Amiga, onde teria cargos de responsabilidades, havendo mesmo quem garanta que se manteve como tesoureiro até ao anúncio da candidatura. Mas, apesar da gravidade da situação, o candidato até hoje não tornou público os cargos que exerceu ou exerce naquela IPSS. Curiosamente, no currículo lido antes da entrevista à Rádio Guadiana, soubemos que pertenceu há décadas à direção de uma associação de estudantes, mas quanto aos cargos da Mão Amiga, bem mais importantes na sua carreira política, o candidato terá preferido a omissão.

Agora, é uma responsável de uma IPSS, que na ocasião confirmou a realização da referida reunião e as declarações execráveis do Dr. Álvaro Araújo, que vem fazer acusações ainda mais graves. Se o comportamento na reunião deveria ser motivo mais do que suficiente para se questionar o seu cargo de direção num serviço público e para que o PS lhe retirasse a confiança política, as acusações que agora são feitas, a serem verdadeiras, serão uma vergonha para o partido que lhe empresta o emblema. 

Agora é a Dona Fátima Rosa, dirigente de uma IPSS que se queixa de perseguições e acrescenta que a sua IPSS “só era boa quando levava os cabazes de alimentação ao Álvaro Araújo e pensavam que era ele que os entregavam e comprava com o seu próprio dinheiro!” 

É uma acusação muito grave que deve ser investigada pelas autoridades, designadamente, pelo IEFP. O que a responsável da IPSS sugere é que a sua IPSS distribuiu cabazes de ajuda alimentar, muito provavelmente adquiridos com fundos da IPSS ou fornecidos pelo Banco Alimentar Contra a Fome e seria dito aos beneficiários que seriam alimentos adquiridos pelo candidato autárquico. 

Quando em tempos o Rui Setúbal nos tentava impingir o seu candidato, percebemos agora que queria emprego para ele e para a filha na CM, apontava-lhe uma grande “qualidade”, dava subsídios a pobres. Não nos admira que o Dr. Álvaro Araújo tente ganhar as eleições com uma verdadeira OPA sobre os votos das famílias mais carenciadas. Por isso não nos surpreende que no seu discurso confunda de forma premeditada funções de funcionário público com discurso de candidato partidário e até use as instalações do IEFP em atividades políticas, chegando a usá-las para as suas entrevistas. 

Sabemos também há alguns meses que o marido da responsável da IPSS do Dr. Álvaro Araújo fazia campanha pela sua candidatura e até gabava o Dr. Araújo assegurando que o senhor era tão bom que até deixava o calor do lar para, durante a noite, andar a distribuir cabazes alimentares. 

A determinada altura e provavelmente a contar com a influência da IPPS junto de muitas famílias carenciadas, a candidatura do Dr. Álvaro Araújo terá conseguido o apoio da Dona Fátima Rosa. Os votos das famílias ajudados pela sua IPSS eram valiosos. Assim, não nos surpreende que entre a Dona Fátima Rosa e a candidatura do Dr. Araújo possa ter ocorrido negociações políticas e acordos sobre formas de colaboração. 

Esperamos que o Dr. Álvaro Araújo dê explicações públicas, pondo fim ao seu silêncio em torno de acusações demasiado graves e que põem em causa a continuidade da sua candidatura. A poucos dias do prazo da entrega das candidaturas se esta acusação é verdadeira o Dr. Araújo só terá duas coisas a fazer, retirar-se da política e voltar a dar aulas de espanhol.