O LUÍS NÃO DEVIA TER CONCORRIDO

 


A lei impede que os autarcas se eternizem nos cargos e por isso estabelece um limite de três mandatos. Infelizmente os autarcas não resistem à tentação de regressar ao conforto de um cargo que com menos escrúpulos e algum dinheiro, proporciona confortos e mordomias que uma carreira profissional não oferecem. 

Mesmo que Luís Gomes se tivesse revelado num autarca competente, não faz sentido que volte a ser eleito, continuando mais um ciclo de três ou mais mandatos, levando a que na primeira metade do século XI a gestão de VRSA esteja entregue a uma única pessoa, que tudo decide. Muito menos sentido faz, quando ao fim de liderança durante quatro mandatos, a terra esteja enterrada em subsidiodependência, com infraestruturas ao abandono, com os jardins numa vergonha e uma frente ribeirinha que faz lembrar uma cidade industrial abandonada. 

VRSA não tem culpa de que apesar de tantos cursos, mestrados e doutoramentos o autarca não arranje melhor do que assessorias contratadas por amigos ou part-times universitários, ou que a tirando umas idas às televisões a preço de saldo e para preencher intervalos a sua carreira de cantor esteja longe de ser um sucesso. 

A juntar a isto é bom recordar que a manobra de entrega da CM à São em regime de consignação deu maus resultados, aquela que foi escolhida com o lema “agora é São” interrompeu o mandato de forma muito pouco digna, pedindo a demissão enquanto estava detida e muito provavelmente para se defender de uma prisão preventiva. 

São ou Luís vai dar na mesma, quem escolheu a São e sempre mandou no PSD foi o Luís, a eleição da São não foi mais do que uma manobra ao estilo de Putin e Medvedev para tornear a lei. A São foi o braço direito do Luís, da mesma forma que antes disso já tinha sido o mesmo Barros que parece que vai voltar a ser. O DNA político da São ou do Barros é o que neles foi inoculado por um modelo de poder instalado em VRSA pelo Luís. 

Seria melhor para VRSA que Luís Gomes percebesse que acabou o seu ciclo e que com o PSD ou sem o PSD a democracia seria mais saudável se tivesse menos apego ao poder ou se tivesse tentado carreia política onde não tivesse de ser uma espécie de candidato cobrador de falsas dívidas, como resulta do lema ridículo do “foi o Luís que fez”.