Imagem da marginal de Monte Gordo na versão dos Cabritas
A obra seria concluída antes do verão de 2018, quem visitasse Monte Gordo não só iria encontrar essa 8.ª Maravilha que era o passadiço, como desfrutaria da beleza da nova frente ribeirinha. O progresso tinha chegado, os Cabritas mostravam a sua primeira realização, na rotunda do Casino o passadiço já fervilhava de atividade comercial, até se podiam ver barbecues em pela marginal.
A obra estava adjudicada, o pilim abundava e jorrava com fartura nos balcões dos bancos credores, tudo foi destruído pelas máquinas que traziam o progresso, aquilo que era um jardim parecia o relvado de Alvalade nos tempos dos concertos. Os jardins foram abandonados, o progresso que estava sendo construído dispensava-os, iríamos ter muito melhor, era escusado gastar na água.
Mas as coisas complicaram-se e a nossa autarca arregaçou s mangas, foi à rádio dos amigos Mendes tranquilizar o povo, que ficassem descansados, que ela ia todos os dias de manhã ver como estavam as obras, qual Marquesa de Pombal a lembrar a reprodução do quadro do marquês exibido no Cantinho, onde o primeiro-ministro de D. José surge de planos da cidade de Lisboa na mão.
A nossa reconstrutora dava-nos tranquilidade, todos os dias de manhã, as primeiras imagens da aurora com vista para o Lazareto ainda não tinham sido colocadas no maior site da cidade e já a nossa presidente estava a caminho de Monte Gordo, podíamos comer as torradinhas descansados, alguém cuidava do futuro da nossa praia. Deve ter ido tantas vezes a Monte Gordo que até já queimou mais de um motor do seu belo Mercedes, dinheiro muito bem gasto porque em prol do dinamismo empresarial da terra.
Mas as coisas correram mal e a nossa autarca que não tem papas na língua, pegou no seu cameraman e foi para o meio das obras produzir mais um vídeo ao melhor estilo do Maduro. Uma a uma enunciou o nome dos culpados e à medida que ia denunciando a incompetência das empresas os nomes desta gente criminosa ia aparecendo na pantalha. Estavam apontados os culpados e o Facebook assegurava que todo o mundo saberia da verdade, que a culpa não era dos Cabritas. Lamentavelmente deve ter havido um problema técnico e o vídeo maduriano desapareceu.
Esquecidos de tudo o que se passou soubemos na última sessão de câmara que, afinal, a culpa era da APA, as obras estavam paradas aguardando que esta agência se pronunciasse sobre a legalidades dos monos que foram construídos. Isto é, a nossa autarca é tão eficaz e apressada que primeiro mandou construir e, enquanto adiantava o serviço, ia perguntando à APA se podia construir.
O dinheiro está gasto, os jardins aguardam uma adjudicação, estamos quase a meio de fevereiro e a maldita AP nunca mais se pronuncia sobre tão bela obra, provavelmente esses senhores são como os velhos do nosso Restelo estão contra o progresso e o dinamismo empresarial que em boa hora os Cabritas querem trazer ao concelho. Os da APA são gente ainda menos recomendável do que os do Largo da Forca, gente a quem o mais pesados dos Cabritas designa por “filhos da puta”, nunca mais assinam o protocolo da cobrança das obras de infraestruturação da Praia do Caramelo e agora estão a empechar a marginal de Monte Gordo.